Bloomberg Línea — A Jeeves, uma startup com sede no México que oferece serviços financeiros para empresas operarem globalmente, levantou US$ 75 milhões (aproximadamente R$ 380 milhões) por meio de uma linha de crédito com a Community Investment Management (CIM).
Os recursos serão usados para impulsionar a expansão dos serviços da empresa na América Latina, especialmente no Brasil, onde a startup planeja dobrar sua presença nos próximos meses, segundo o CEO e fundador Dileep Thazhmon, em uma entrevista à Bloomberg Línea.
“Estamos dobrando a nossa presença no México e na Colômbia. Mas um grande foco para este ano é o Brasil. Portanto, o dinheiro dessa linha irá apenas para o Brasil”, afirmou Thazhmon.
A Jeeves desenvolve software de cartão corporativo projetado para permitir que empresas paguem faturas eletronicamente, consolidem gastos e gerenciem fornecedores e pagamentos na moeda local.
O modelo de negócios é semelhante ao da Brex, startup fundada nos EUA pelos brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubugras, que também opera um negócio de cartão de crédito corporativo.
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De acordo com o executivo, os planos para o Brasil incluem o lançamento de novos produtos adaptados ao mercado local. Um dos objetivos é fornecer soluções de crédito flexíveis para empresas brasileiras.
Para isso, a startup desenvolveu o serviço Jeeves Pay, que opera em fase beta no Brasil desde abril, permite realizar pagamentos transfronteiriços do México, da Colômbia e do Brasil para outros países, incluindo China e Estados Unidos, por meio de serviços como SPEI, SWIFT e Pix. Segundo a fintech, as empresas clientes podem escolher usar seus próprios recursos em caixa ou a linha de crédito da Jeeves para realizar a transferência.
A ideia é que uma empresa brasileira que precise pagar um fornecedor internacional ou nacional possa utilizar o produto de crédito da Jeeves.
A fintech está em processo de obtenção de licenças locais. Segundo o CEO, essa é uma das prioridades da startup, o que pode ser feito tanto por meio da aquisição de uma empresa já licenciada quanto por meio de um pedido para obter a licença própria.
A empresa também procura um country manager para o Brasil e prepara a abertura de um escritório na Avenida Paulista, em São Paulo.
O executivo destacou que o foco da Jeeves são clientes empresariais, como Burger King e Hotmart, e especialmente empresas de médio porte e startups, que tendem a operar em vários países e necessitam de soluções financeiras para lidar com a complexidade de uma operação global.
Segundo ele, a fintech tem a capacidade de emitir cartões corporativos em 22 países e facilitar movimentações financeiras internacionais.
Não é a primeira vez que a Jeeves levanta uma linha de crédito. De acordo com o PitchBook, a fintech recebeu um valor não revelado de financiamento por dívida na forma de um empréstimo garantido da Pollen Street Capital. Segundo o CEO, a empresa também levantou um valor adicional com um fundo soberano, de nome não divulgado.
A startup também já captou US$ 180 milhões em uma rodada de investimento Série C liderada pela Tencent Investment em fevereiro de 2022, colocando a avaliação da empresa em US$ 2,13 bilhões.
A linha de crédito levantada agora está estruturada em US$ 75 milhões e pode aumentar a partir daí, segundo o CEO.
Um desafio ao modelo de negócio são as taxas de juros mais elevadas, o que eleva o risco de crédito para empresas como a Jeeves. O CEO não quis dizer os números, mas afirmou que a empresa tem um desempenho positivo com as linhas de crédito anteriores, com pagamentos em dia e perdas dentro dos acordos estabelecidos.