Jeeves chega ao Brasil e prevê que país responda por 30% das receitas em um ano

Startup mexicana de cartões corporativos e outros serviços contrata Gustavo Gorenstein, ex-executivo do PicPay, como CEO no país; fundador Dileep Thazhmon conta os planos à Bloomberg Línea

Dileep Thazhmon, cofundador e CEO da Jeeves, em evento do Web Summit (Foto: Harry Murphy/Web Summit via Sportsfile)
10 de Setembro, 2024 | 09:59 AM

Bloomberg Línea — A Jeeves, startup de serviços financeiros com sede no México e status de unicórnio, vai desembarcar no Brasil e planeja que o país responda por 30% de suas receitas totais em um ano. Segundo o CEO e fundador Dileep Thazhmon, o objetivo é que o Brasil se torne a principal região da companhia.

“Nós começamos há cerca de três anos no México e expandimos para a Colômbia e os Estados Unidos. E o Brasil já estava no nosso radar. Começamos uma versão beta há algum tempo no país e agora enxergamos que é o momento certo para a expansão. Estamos prontos para crescer”, disse Thazhmon em entrevista à Bloomberg Línea.

Como parte do plano, a Jeeves contratou um CEO brasileiro, o executivo Gustavo Gorenstein, que passou mais de um ano no PicPay e atuava como Head de Consignado. E também a passou a montar uma equipe local, que já atraiu profissionais de outras fintechs, como Ebanx, dLocal e Clara.

“A companhia teve um grande crescimento nos últimos anos e temos muita coisa para fazer por aqui. Sempre teremos uma grande necessidade para crédito e pagamento”, afirmou Gorenstein.

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“Temos muito orgulho do setor bancário que existe no país. E contar com um time brasileiro que acompanhou a evolução do dinheiro no país é um diferencial competitivo”, disse.

A Jeeves desenvolve software de cartão corporativo projetado para permitir que empresas paguem faturas digitalmente, consolidem gastos e gerenciem fornecedores e pagamentos em moeda local.

O modelo de negócios é semelhante ao da Brex, startup fundada no Vale do Silício pelos brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubugras, que também opera um negócio de cartão de crédito corporativo.

Em agosto, a fintech apresentou seus melhores números em transações totais (GTV), com crescimento de mais de 200% versus o fim do primeiro trimestre tanto em cartões corporativos como em pagamentos.

A startup também quer apostar em modalidades de crédito para avançar no mercado brasileiro. Uma delas é o pagamento via boleto, em que o cliente pode pagar uma conta e devolver o dinheiro para a Jeeves cerca de 30 dias depois.

“Se olharmos para o padrão de [pagamento] parcelado que existe aqui no Brasil, é muito diferente do que há em outros mercados. Algumas coisas são muito únicas para o Brasil. E um segundo aspecto importante é que o mercado é muito grande e é difícil se destacar”, disse Thazhmon.

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Em maio, a Jeeves levantou US$ 75 milhões (aproximadamente R$ 380 milhões) por meio de uma linha de crédito com a Community Investment Management (CIM). O foco dos novos recursos, segundo divulgado à época, era dobrar a presença na Colômbia e no México e expandir os negócios para o Brasil.

Mas, segundo os executivos, os recursos serão destinados exclusivamente à operação no Brasil.

Em sua última rodada de captação por meio de equity, uma Série C em março de 2022, a fintech captou US$ 180 milhões e atingiu um valuation de US$ 2,1 bilhões. Entre seus investidores estão a Tencent, o GIC e a Andreessen Horowitz.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.