Fintech chilena Toku conclui extensão de Série A com US$ 38 mi e avança no Brasil

Investimento na startup de pagamentos recorrentes para grandes empresas, fundada por Cristina Etcheberry, foi liderado pela Oak HC/FT, fundo americano com mais de US$ 5 bi sob gestão

Por

Bloomberg Línea — A startup chilena Toku acaba de concluir uma rodada Série A com a captação de US$ 38,7 milhões adicionais, em um dos maiores aportes na região de uma fintech co-fundada e liderada por uma mulher, a empreendedora Cristina Etcheberry. O valor complementa o anúncio de US$ 9,3 milhões do ano passado, quando a startup entrou no mercado brasileiro.

O investimento foi liderado pela Oak HC/FT, fundo americano com mais de US$ 5 bilhões sob gestão e especializado em fintechs e healthtechs.

Investidores no cap table, incluindo Gradient Ventures (fundo do Google), F-Prime Capital, Clocktower, Y Combinator e Honey Island, acompanharam com aportes adicionais.

Fundada em 2020 em Santiago, a startup oferece serviços de pagamento recorrente para grandes empresas em mercados como o de educação, imobiliário, de crédito e seguros.

Em sua plataforma, a Toku dispõe de uma prateleira de produtos para automatizar e orquestrar as transações e as cobranças a partir de diferentes meios de pagamento, incluindo TEDs, boleto e Pix.

Além disso, a startup oferece uma camada de estratégia de comunicação para incentivar os consumidores a aderirem às opções de débito automático.

Leia mais: Startup capta R$ 13 milhões com plano de se tornar o hub de estágios da Geração Z

De acordo com dados da startup, os clientes conseguem incrementar a receita em até 5% por um valor até 30% menor. E ampliar o número de pagamentos automáticos de 10% para algo em torno de 90%.

“No Brasil, esse tipo de serviço faz ainda mais sentido porque existe muita inovação em pagamentos. Nós acabamos de lançar o Pix recorrente e agora teremos o automático. Todas essas mudanças representam desafios para os clientes porque eles precisam adaptar a infraestrutura para suportar esses novos métodos. Por isso, estamos muito empolgados em relação ao Brasil”, disse Etcheberry.

Os novos rumos da startup

A operação brasileira é a mais recente da startup, que está presente também no Chile e no México. O time local é formado por doze pessoas e atende mais de dez clientes, entre empresas de crédito, seguradoras e imobiliárias.

Nos três países, a Toku conta com cerca de 180 colaboradores e atende em torno de 450 empresas, incluindo Chevrolet, Liberty Seguros, Mapfre e MetLife.

“Esses três países representam 70 % do PIB da América Latina. Portanto, nós vamos continuar focando neles, pelo menos pelos próximos três anos”, afirmou Etcheberry.

“No Brasil, ainda estamos no início, mas é um país muito importante por ser a maior economia da América Latina e, como disse antes, por passar por tantas inovações.”

Os novos valores serão utilizados para contribuir com o desenvolvimento da plataforma e para acelerar a estratégia de expansão nos três mercados.

A Toku afirma ter mais do que dobrado a receita e triplicado o TPV (volume total de pagamentos) no último ano. A expectativa é que a startup consiga manter semelhantes taxas também nos 12 meses de 2025.

“Nós vamos ampliar a capacidade de cobertura dos nossos produtos, com um número maior de gateways e meios de pagamentos, que os nossos clientes serão capazes de gerenciar pela nossa plataforma”, afirmou a CEO.

“Também queremos crescer mais rapidamente nos três países. Será uma combinação entre manter o desenvolvimento do produto e acelerar o go-to-market.”

Leia também

Riverwood e GA veem startups em LatAm mais resilientes e preveem dobrar aportes

IA é um tsunami e abre oportunidade global para startups, diz Szapiro, do SoftBank