Empresa que já foi a maior de co-living nos EUA entra com pedido de falência

A startup Common, que chegou a receber mais de US$ 100 milhões de capital, entrou com pedido no Chapter 7 da lei americana, que prevê que os ativos sejam vendidos para pagar os credores

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A Common, que já foi a maior empresa de co-living da América do Norte, pediu falência e será liquidada após ser pressionada por uma combinação de custos gerais e pelas taxas de juros em alta.

A empresa buscou proteção sob o Chapter 7 da legislação americana – em que os ativos de uma empresa são vendidos para pagar os credores, semelhante, portanto, à falência no Brasil – em Delaware na última sexta-feira (31 de maio), de acordo com documentos judiciais.

A Common listou ativos de até US$ 10 milhões contra passivos de até US$ 50 milhões em sua petição.

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A startup fundada em Nova York, apoiada por mais de US$ 100 milhões em investimentos de capital de risco, tem cerca de 130 funcionários, disse Luca Bovone, CEO da empresa-mãe Habyt, em um e-mail.

“A equipe da Common se dedicou a oferecer soluções de moradia inovadoras para os clientes”, disse Bovone, cuja empresa com sede em Berlim se fundiu com a Common no início de 2023. “É profundamente decepcionante terminar esta jornada”, afirmou no e-mail à Bloomberg News.

A falência é um golpe para o setor de co-living, ou moradia compartilhada, que tentou se posicionar como uma solução para os aluguéis exorbitantes em algumas das maiores cidades dos Estados Unidos. Em geral, oferece quartos privados com espaços de convivência e eventos compartilhados pelos inquilinos.

Em teoria, seria uma maneira de expandir a oferta de habitação acessível, mas também exige que os inquilinos se adaptem às condições de vida em grupo.

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A quebra da Common também reflete as pressões crescentes sobre o mercado imobiliário dos EUA, onde as taxas de juros elevadas prejudicaram os proprietários.

Bovone disse que as razões para a falência da empresa eram mais específicas aos contratos e ao negócio da Common. Mas a “pressão maior das taxas de juros” sobre a ocupação e a renda operacional dos proprietários “certamente não ajudou nossos esforços”, acrescentou.

A Common opera em 12 cidades e possui 5.200 unidades, segundo seu site. A Habyt, que administra negócios de co-living na Europa e na Ásia, tem um “pequeno número” de propriedades nos EUA que continuará a operar, de acordo com Bovone.

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