Caixa planeja fundo de VC com R$ 100 milhões para se aproximar de startups

Iniciativa que ainda passará pela governança do banco estatal seria um reforço na estratégia para avançar em inovação em áreas prioritárias como serviços sociais e planejamento urbano

No começo de outubro, a instituição anunciou um outro espaço para se conectar com startups. O TEIA é primeiro hub de Inovação aberta da Caixa, localizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF)
Por Marcos Bonfim
11 de Outubro, 2024 | 02:01 PM

Bloomberg Línea — A Caixa prepara a criação de um Corporate Venture Capital (CVC) que deve ser lançado em 2025 com um fundo de R$ 100 milhões. A iniciativa representará um reforço importante na estratégia do banco estatal de aproximação com startups, um movimento que começou a ser construído em 2017.

Os CVCs, como estruturas proprietárias de empresas com mandatos específicos, são instrumentos que têm conquistado espaço no mercado de capital de risco em detrimento de fundos tradicionais.

Com o modelo, companhias apostam em encontrar e criar vínculos com startups conectadas a suas áreas de atuação, com potencial para acelerar unidades e abrir oportunidades de negócios.

“Essa iniciativa ainda passará por toda a governança do banco, como o conselho diretor, mas nós já estamos começando a construir o apetite para o nosso CVC. Isso vai acontecer em 2025”, disse Rodrigo Salgado, gerente executivo de Inovação na Caixa Econômica Federal, à Bloomberg Línea.

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O executivo conversou com a Bloomberg Línea ao lado de Laércio Roberto Lemos de Souza, Vice-Presidente de Tecnologia e Inovação da Caixa, nesta quinta-feira (10), durante o lançamento do The Collab, um hub de inovação criado por Diego Aristides, ex-CTO do Hospital Sírio-Libanês, e Priscila Toledo, ex-executiva de produtos e negócios digitais para grandes bancos.

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A Caixa foi anunciada como o primeiro parceiro do projeto, que procura fomentar a descoberta e o desenvolvimento de startups no Centro-Oeste e nos estados do Norte e do Nordeste.

O banco estatal tem a ambição de encontrar projetos que ajudem na cadeia de govtechs, startups com produtos de inovação para governos em seus diferentes âmbitos: estadual, federal e municipal.

“É uma junção de esforços que pode trazer uma multiplicação e uma aceleração de ações. Eles têm uma tese de deeptech e estão trazendo um centro de excelência de inteligência artificial, coisas voltadas mais para a tecnologia. E nós temos essa pegada de serviços sociais e de desenvolvimento urbano etc.”, disse o VP de Tecnologia e Inovação da Caixa.

A parceria ilustra a estratégia da Caixa desde 2017 com startups, que ganhou tração no ano passado.

Uma ação regular na atuação no banco ocorre por meio de chamadas públicas para atrair startups que respondam a temas específicos. No momento, o banco busca startups de wallet digital capazes de transacionar diferentes ativos, incluindo o DREX (Real Digital), previsto para 2025.

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“As chamadas públicas são os nossos primeiros experimentos nessa linha para fazer contratações com a estatal”, afirmou Salgado.

“Não adianta fazermos conexão com o ecossistema se não tivermos ambiente de experimentação, sem conexão com dados. Tudo isso precisa ser preparado na instituição para chegarmos ao outro lado com efetividade. E é isso que estamos construindo”, explicou o executivo.

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Neste mês, a instituição anunciou outro esforço nesta direção, com a criação da TEIA, o seu primeiro hub de Inovação Aberta, localizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF).

O objetivo é atrair govtechs de todo o país com projetos destinados a serviços públicos, infraestrutura e saneamento.

“Esse caminho de mostrar soluções via um hub de inovação e depois espalhar pelo Brasil é algo que, no médio e no longo prazo, vai se mostrar muito importante”, afirmou Souza.

Demandas que chegam de estados e municípios, de acordo com os executivos, estão muito ligadas às áreas de sustentabilidade, cidadania, cidades inteligentes e eficiência de serviços públicos.

A estimativa é a de que a instituição tenha investido não menos do que R$ 50 milhões até aqui no processo de aproximação com as startups. “Pensando no CVC, esse valor tem que ser de R$ 100 milhões para cima”, estimou o VP de tecnologia e inovação do banco.

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Marcos Bonfim

Marcos Bonfim

Jornalista brasileiro especializado na cobertura de startups, inovação e tecnologia. Formado em jornalismo pela PUC-SP e com pós em Política e Relações Internacionais pela FESPSP, acumula passagens por veículos como Exame, UOL, Meio & Mensagem e Propmark