Azos capta R$ 170 mi em Série B e atrai um dos investidores iniciais do Facebook

Rodada foi liderada pelo fundo Lightrock. A meta da startup é dobrar de tamanho em 2025, com novas coberturas e expansão geográfica, conta o CEO Rafael Cló à Bloomberg Línea

Vista da av. Faria Lima, em São Paulo
Por Marcos Bonfim
19 de Fevereiro, 2025 | 04:12 PM

Bloomberg Línea — A insurtech Azos captou R$ 170 milhões, em rodada Série B liderada pelo fundo de origem inglesa Lightrock, que detém US$ 5,5 bilhões sob gestão. Os recursos são oriundos da divisão Latam, que já investiu em startups como a Dock, Agrolend e o Dr.Consulta.

Em operação desde 2021, a Azos entrou no mercado com o apelo de oferecer seguros com menos burocracia, com o uso de uma tecnologia proprietária para a emissão das apólices em até um dia útil.

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Entraram na rodada Kaszek Ventures, Prosus, Munich Re Ventures e Maya Capital, já presentes no cap table da Azos. E ainda Kevin Efrusy, sócio da gestora americana Accel e responsável por investir nos primórdios do Facebook no início dos anos 2000.

O modelo de negócio da Azos surgiu de uma frustração do cofundador e CEO Rafael Cló. O executivo sofreu com as burocracias da seguradora brasileira da qual era cliente enquanto morava fora do país. Ele descobriu que as parcelas da apólice não estavam sendo pagas porque o seu cartão tinha vencido.

Com os amigos - e hoje sócios - Renato Farias (ex-diretor de operações internacionais da DogHero) e Bernardo Ribeiro (ex-gerente de marketing do Burger King), lançou a Azos com a oferta de apólices a partir de R$ 5,00.

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Renato Farias, Bernardo Ribeiro, Rafael Cló, fundadores da Azos: crescemos 2,4 vezes no ano passado e pretendemos dobrar o tamanho da operação em 2025

A startup reúne atualmente mais de 9.000 corretores parceiros e superou a marca de R$ 60 bilhões em capital segurado no último ano, em serviços como seguro de vida, doenças graves, invalidez e assistência funeral. As coberturas podem chegar a R$ 3 milhões, sem a necessidade de exames ou relatórios médicos.

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Os produtos são desenvolvidos com a Excelsior Seguros, parceira desde o início da operação, e contam como a Swiss Re como resseguradora.

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Nos 12 meses de 2024, a Azos registrou uma expansão na receita de 2,4 vezes. Em 2025, a projeção é dobrar de tamanho. A startup mantém sob sigilo o montante faturado. Para alcançar o objetivo, o cálculo prevê a expansão do número de corretores parceiros e do capital segurado para um valor acima de R$120 bilhões.

“O nosso plano para dobrar a empresa em 2025 consiste, principalmente, em lançar coberturas e expandir geograficamente nosso time comercial para todos os estados brasileiros”, afirma Rafael Cló, cofundador e CEO da Azos. A ambição é também duplicar o número de clientes, que hoje somam 50.000.

A distribuição dos segurados está concentrada no Sudeste, região onde a Azos comentou a operação, e também onde o próprio setor de seguros tem maior penetração. No ano passado, a Azos deu início aos primeiros movimentos no Nordeste, hoje a região que mais cresce em números de clientes.

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“Além da expansão regional, vamos investir ainda mais em inteligência artificial para continuar entregando soluções rápidas e precisas para nossos clientes e parceiros”, diz Cló. Os novos recursos entram para potencializar essas estratégias e serão destinados a investimentos em tecnologia e ampliação do time comercial.

A última captação do Azos tinha sido no final de 2021, quando fechou a rodada série A no valor R$55 milhões, comandada pela Prosus. Uma extensão liderada pela resseguradora alemã Munich RE garantiu mais R$32 milhões em 2022. No mesmo ano, a starttup anunciou a entrada do empresário Marcus Buaiz e do cantor Thiaguinho como sócios.

A Azos fechou ainda uma parceria em 2023 com a 4Equity - Media Ventures, empresa que compra participações minoritárias em startups em troca de exposição em veículos de comunicação. Na época, nem o valor negociado nem a participação foram revelados.

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Marcos Bonfim

Marcos Bonfim

Jornalista brasileiro especializado na cobertura de startups, inovação e tecnologia. Formado em jornalismo pela PUC-SP e com pós em Política e Relações Internacionais pela FESPSP, acumula passagens por veículos como Exame, UOL, Meio & Mensagem e Propmark