Bloomberg — Quando a Andreessen Horowitz abriu um escritório em Miami Beach, a gigante do venture capital com US$ 43 bilhões em ativos sob gestão reforçou as ambições da região de se tornar uma meca tropical da tecnologia.
Dois anos depois, o escritório foi fechado discretamente.
A Andreessen Horowitz deixou o espaço em maio porque os funcionários não o estavam usando o suficiente, disseram pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News, que pediram para não serem nomeadas citando discussões privadas.
Em 2022, a empresa assinou um contrato de aluguel de cinco anos por 770 metros quadrados no prédio de escritórios de Barry Sternlicht, em Miami Beach, na Collins Avenue.
A saída ressalta a possível fraqueza de Miami depois que a cidade atraiu uma onda de empresas financeiras e de tecnologia nos últimos anos. Pouco depois que a Andreessen Horowitz disse que abriria o escritório, os planos de Miami para se tornar um hub de negócios de criptoativos começaram a desmoronar com a quebra da FTX, de Sam Bankman-Fried.
Um representante da Andreessen Horowitz confirmou que a empresa não tem mais um escritório em Miami, mas se recusou a fazer mais comentários.
Leia também: Como a piora do trânsito em Miami pode afetar a expansão do sul da Flórida
O dinheiro de capital de risco que flui para Miami tem diminuído desde 2022. As empresas sediadas em Miami levantaram US$ 400 milhões no segundo trimestre, em comparação com US$ 5,5 bilhões em 2022 como um todo, de acordo com dados da PitchBook.
Em contrapartida, o crescimento da inteligência artificial deu a São Francisco uma vantagem ainda maior como capital tecnológica. No segundo trimestre, as empresas da Bay Area obtiveram US$ 18,7 bilhões em financiamento de capital de risco.
A Andreessen Horowitz tentou manter a operação dos escritórios de Miami após a crise do setor de criptoativos em 2022. O sócio Chris Lyons chegou a publicar imagens no Instagram, em maio de 2023, fazendo um tour pelas instalações.
A empresa sediada em Menlo Park, na Califórnia, administra US$ 7,6 bilhões em ativos relacionados a cripto e emprega uma equipe de mais de 100 pessoas para financiar startups emergentes e gerenciar apostas existentes em dezenas de startups do segmento. A empresa espera levantar um novo fundo com foco em criptomoedas em 2025, informou a Bloomberg em abril.
O antigo escritório da Andreessen Horowitz agora é ocupado pela fabricante de lentes de contato Bausch + Lomb Corp, disse Brandon Charnas, da Current Real Estate Advisors. Ele ajudou a fechar o negócio com o novo locatário, juntamente com Kevin Gonzalez e Stephen Rutchik, da Colliers.
“Havia muito entusiasmo em torno da promoção de Miami como um centro para as criptomoedas, mas as empresas do setor tinham uma pequena presença em escritórios, mesmo em seu auge”, disse Gonzalez.
Ele estimou que as empresas cripto ocuparam apenas cerca de 6.500 metros quadrados de espaço de escritório na região de Miami.
“Não estamos vendo muitas empresas de criptografia dizendo que precisam de um espaço de escritório em Miami”, disse Charnas, que trabalhou com a Andreessen Horowitz em seu contrato de locação original. “Estamos vendo mais interesse de family offices, investidores e private equity.”
-- Com a colaboração de Lizette Chapman.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Ken Griffin planeja torre de 54 andares em Miami, com início das obras em 2025
Revolut alcança valuation de US$ 45 bi e descola de pares entre fintechs
Startups cripto levantam US$ 2,7 bi em investimentos no segundo trimestre
