Zamp, do BK Brasil, diz que estuda oferta pela operação da Subway no Brasil

Empresa que opera redes Burger King e Popeyes no país avalia oportunidade após ter assumido a operação brasileira da Starbucks, em plano de montar uma ‘house of brands’ do fast food

Subway
01 de Julho, 2024 | 09:48 AM

Bloomberg Línea — A Zamp (ZAMP3), empresa que opera os restaurantes do Burger King e do Popeyes no Brasil, estuda fazer uma oferta pela marca Subway, segundo nota enviada à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

A potencial aquisição está em linha com o plano de seu novo acionista controlador, o Mubadala Capital, de transformar a companhia em uma “house of brands” no segmento de fast food no Brasil.

A marca Subway fez parte do portfólio do Grupo SouthRock, que entrou em recuperação judicial em dezembro do ano passado e teve encerrado o contrato de Master Licensee, referente à exploração e à operação da marca Subway no Brasil.

Em junho, a Zamp já arrematou a “joia da coroa” do grupo do investidor americano Kenneth Pope, que foi a operação da rede de cafeterias Starbucks no país.

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Outra mudança na Zamp foi a troca de comando. No último dia 21 de junho, a companhia anunciou o nome do novo CEO.

Para substituir Ariel Grunkraut, que estava na função desde 2022, foi indicado Paulo Camargo, que liderou o McDonald’s no Brasil como CEO da Arcos Dorados e também comandou a Espaçolaser, rede de depilação a laser, cargo que deixou em março. Ele assumiu a posição na Zamp na última sexta-feira (28).

“É comum a avaliação de novas oportunidades de investimento que possam gerar valor para a companhia e seus acionistas. Neste contexto, a companha está avaliando a oportunidade de desenvolvimento da marca Subway no Brasil”, diz o comunicado da Zamp, divulgado na sexta-feira (28).

O Mubadala Capital, braço de investimentos do fundo soberano de Abu Dhabi, busca aumentar sua carteira de varejo no Brasil com foco em franquias internacionais de restaurantes.

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A Zamp vai pagar pelo menos R$ 120 milhões para assumir a Starbucks no país, segundo fato relevante divulgado no dia 6 de junho. O deal, que precisa de aprovação judicial e regulatória, preocupou alguns analistas devido ao nível de alavancagem da companhia, dona de uma dívida bruta de cerca de R$ 1,8 bilhão.

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A possível venda da marca Subway no Brasil deve ajudar a levantar recursos para pagar credores do grupo SouthRock, também responsável no Brasil pelas marcas TGI Fridays e Eataly. Em dezembro, quando a Justiça aceitou a recuperação judicial da companhia, era declarada uma dívida de R$ 1,8 bilhão e mais de 2.300 credores.

Quando apresentou o pedido de RJ à Justiça em outubro do ano passado, a SouthRock excluiu as operações do Subway do âmbito da proteção judicial, o que motivou reclamações dos credores. Em novembro, uma ordem judicial incluiu o Subway no pedido de RJ, considerando o argumento da interdependência entre os ativos.

A situação da marca Subway foi citada no plano de recuperação judicial da SouthRock divulgado em fevereiro.

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Quanto ao Subway Realty, cuja atividade envolvia a intermediação de aluguéis para franqueados, o histórico evidencia desempenho negativo, e o encerramento do contrato de royalties implica a ausência de perspectiva futura de geração de caixa, segundo o plano.

“A Subway Stores do Brasil, detentora de seis lojas próprias, registrou prejuízos em seu histórico operacional e possui patrimônio líquido negativo”, acrescenta o documento.

As ações da Zamp acumulam queda de 33,5% no ano na B3.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.