Bloomberg — A Volkswagen chegou a um acordo com líderes sindicais para reduzir a capacidade em sua produção e evitar o fechamento de fábricas. Isso encerra três meses de negociações tensas e previne novas paralisações sindicais.
A VW concordou em manter as dez fábricas da marca na Alemanha operacionais e em restabelecer os acordos de garantia de emprego até 2030, informou o conselho de trabalhadores nesta sexta-feira (20), confirmando uma reportagem anterior da Bloomberg.
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Em troca, os trabalhadores concordaram em abrir mão de bônus, em reduzir o número de aprendizes que recebem empregos permanentes e diminuir a capacidade de cinco fábricas em várias centenas de milhares de unidades.
As medidas, elaboradas em cinco rodadas de negociações, são muito menos severas do que as economias drásticas que a VW havia originalmente proposto. Os líderes sindicais reagiram fortemente contra os planos de demitir milhares de trabalhadores, reduzir salários mensais e fechar três fábricas alemãs para tornar a marca VW mais competitiva.
Ainda assim, o acordo dá ao CEO Oliver Blume um novo começo para reverter a situação da maior montadora da Europa, que enfrenta uma redução de participação de mercado na China e uma demanda desacelerada por veículos elétricos na Europa e nos EUA. Ambas as partes tinham como meta chegar a um acordo antes do Natal.
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As ações da VW subiram 1,7% na manhã desta sexta-feira em antecipação ao acordo, embora tenham caído cerca de 21% neste ano.
Como parte do acordo, a administração convenceu os líderes sindicais a transferir a produção do Golf da fábrica de Wolfsburg, na Alemanha, para o México, e a reduzir a capacidade da fábrica de veículos elétricos em Zwickau, transferindo a produção do ID.3, do SUV ID.4 e do Cupra Born para as instalações de Wolfsburg e Emden.
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Zwickau continuará a produzir o Audi Q4 e-tron e se tornará o local de um projeto de reciclagem de automóveis. Wolfsburg está preparada para fabricar o Golf elétrico da VW, que será baseado em uma nova plataforma desenvolvida com a Rivian. Esse modelo é esperado para 2028.
“É um sinal extremamente importante para a Alemanha”, disse Thorsten Gröger, negociador do sindicato IG Metall, em uma entrevista coletiva. O acordo é um “sinal da capacidade de encontrar uma solução para grandes problemas”.
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