Vinci compra controle de dona do Outback no país por R$ 1,4 bi e prevê dobrar a rede

Gestora de ativos alternativos e private equity terá 67% da operação da Bloomin’ Brands no Brasil em deal com enterprise value de R$ 2,06 bilhão; plano é acelerar a expansão das marcas

Outback no Rio de Janeiro
08 de Novembro, 2024 | 12:01 PM

Bloomberg Línea — A Vinci Partners vai assumir o controle da operação brasileira da Bloomin’ Brands, detentora das marcas Outback Steakhouse, Abbraccio e Aussie Grill no país.

A gestora de ativos alternativos terá 67% do capital, segundo nota nesta sexta-feira (8). O acordo para a compra de 67% do capital prevê pagamento de R$ 1,4 bilhão (cerca de US$ 243 milhões).

Esse valor reflete um enterprise value total de R$ 2,06 bilhões, equivalente a 6,5x o Ebitda - métrica de geração de caixa operacional - dos últimos 12 meses, líquido de royalties, segundo documento enviado à Nasdaq.

O preço de compra será pago em duas parcelas: 52% na data de fechamento e 48% no primeiro aniversário da transação. Há a opção de venda da participação restante em 2028. O acordo estratégico inclui um fluxo de royalties contínuo.

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Uma das maiores empresas de restaurantes de casual dining do mundo, a Bloomin’ Brands vai manter uma participação relevante de 33%, segundo a Vinci.

Nos EUA, a companhia atua com as marcas Outback Steakhouse, Carraba’s, Bonefish e Fleming’s.

“O objetivo dessa parceria é impulsionar o processo de expansão das três marcas, que agora contarão com a experiência de um sócio brasileiro como a Vinci, que possui um histórico de sucesso na indústria de alimentação, com investimentos em marcas como Burger King, Domino’s e Camarada Camarão”, disse a Vinci no comunidcado.

Atualmente o Outback tem 174 unidades no Brasil, o Abbraccio, 17, e a Aussie, duas. O plano é dobrar o número de restaurantes do Outback no país. A operação da Bloomin’ Brands é comandada no Brasil por Mauro Guardabassi desde outubro do ano passado.

A transação foi assinada no último dia 6 de novembro e deverá ser concluída antes do final de 2024.

A Vinci foi assessorada pelo Itaú BBA e pelo Tauil & Chequer Mayer Brown, enquanto o Bank of America e o Lefosse assessoraram a Bloomin’ Brands.

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“Estamos muito entusiasmados com a sociedade que estamos construindo com a Bloomin’ Brands, especialmente pelo fato de que o Outback é uma marca icônica, que faz parte da vida dos brasileiros há quase três décadas, com uma proposta de valor que dificilmente encontramos em outras operações no Brasil”, disse Carlos Eduardo Martins, co-chefe de private equity da Vinci, em nota.

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O executivo também afirmou que, nessa nova fase, o objetivo é apoiar o time de gestão atual e continuar a expandir a presença das marcas em todo Brasil.

”Estamos felizes por ter encontrado um formato junto à Vinci para maximizar os objetivos de curto prazo da Bloomin’ Brands e, ao mesmo tempo, manter nosso compromisso de longo prazo com o Brasil”, afirmou Pierre Berenstein, vice-presidente executivo de estratégia global de clientes e Brasil da Bloomin’ Brands e ex-CEO das operações brasileiras até 2023.

O segmento de alimentação fora de casa vive um período de mudanças societárias entre players no Brasil.

A Zamp (ZAMP3), que opera as redes Burger King e Popeyes no país, passou a ser controlada em fevereiro pelo Mudabala Capital, gestora que é subsidiária do fundo soberano de Abu Dhabi.

A empresa recentemente acertou o pagamento de R$ 120 milhões para assumir a operação brasileira da rede americana de cafeterias Starbucks. A Advent International, de private equity, também estava no páreo na disputa com a Vinci pela operação brasileira da Bloomin’ Brands.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.