Victoria’s Secret troca CEO e traz chefe da marca de lingerie de Rihanna

Hillary Super terá o desafio de recuperar o crescimento da varejista de moda íntima, que enfrenta cada vez mais a concorrência de marcas menores

Victoria's Secre
Por Lily Meier
14 de Agosto, 2024 | 03:50 PM

Bloomberg — A Victoria’s Secret (VSCO) contratou a principal executiva da marca de lingerie da cantora Rihanna para liderar uma virada no negócio da varejista de moda íntima.

Hillary Super, de 52 anos, substituirá Martin Waters, que deixou o cargo, como CEO e membro do conselho, informou a empresa em um comunicado. Tim Johnson, diretor financeiro e administrativo da rede, será o CEO interino até que a executiva se junte à empresa em 9 de setembro.

As ações da Victoria’s Secret saltaram mais de 15% quando o mercado abriu em Nova York, a maior alta intradiária desde novembro. Até o fechamento de terça-feira (13), as ações haviam caído 28% este ano, em comparação com um aumento de 2% no índice S&P Small Cap 600.

A Victoria’s Secret enfrenta dificuldades há anos, prejudicada pela demanda cada vez menor, pelo aumento da concorrência de novas marcas de lingerie, como a Savage X Fenty, da cantora Rihanna, e por alegações de má conduta no local de trabalho.

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Em março, as ações da empresa despencaram depois que seu guidance de vendas anuais ficou aquém das expectativas.

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Hillary Super será a terceira líder da Victoria’s Secret em quatro anos - a segunda CEO desde que foi desmembrada da L Brands — e traz consigo quase três décadas de experiência no varejo.

Ela liderou a rede Anthropologie — a maior marca do grupo Urban Outfitters (URBN) — por quatro anos antes de se tornar CEO da Savage X Fenty em junho do ano passado, de acordo com seu perfil no LinkedIn.

“As pessoas estão satisfeitas com a mudança, dada a experiência de Super na Fenty”, disse Adam Crisafulli, fundador e presidente da Vital Knowledge Media, em um e-mail. Mas ele advertiu contra a comparação dessa mudança com a contratação de Brian Niccol, da Chipotle Mexican Grill pela Starbucks.

“A Fenty teve um bom desempenho no mercado, mas sua ascensão não foi tão dramática quanto a que ocorreu com Niccol na Chipotle. E a Super só esteve na Fenty por pouco mais de um ano.”

A empresa disse que Super receberá um salário-base de US$ 1,2 milhão e um bônus de assinatura de US$ 1 milhão, bem como uma compensação adicional de incentivo anual de até US$ 2,1 milhões. Ela também pode receber prêmios em ações que totalizam cerca de US$ 13,5 milhões.

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A Super aumentará o número de mulheres CEOs nos EUA. As mulheres representaram cerca de 7% dos chefes executivos em 2023 das empresas do índice Russell 3000, do qual a Victoria’s Secret faz parte, marcando um aumento de 30% em relação a 2022, de acordo com pesquisa da Women Business Collaborative.

Há um recorde de 47 mulheres no comando das maiores empresas do S&P 500, incluindo oito nomeadas este ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Martin Waters, de 58 anos, tornou-se CEO da Victoria’s Secret em fevereiro de 2021, quando ela fazia parte da L Brands. A unidade foi então transformada em sua própria empresa de capital aberto em agosto de 2021. Não tem sido uma jornada boa para os investidores: as ações caíram mais da metade desde sua estreia.

A empresa também anunciou resultados preliminares para o segundo trimestre fiscal, que terminou em 3 de agosto. A varejista espera que as vendas caiam até 2%, em comparação com a orientação anterior de uma queda de até 3%. Espera-se também que o lucro diluído ajustado por ação seja maior do que o previsto.

-- Com a colaboração de Jeff Green.

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