Vélez vende ações do Nubank pela 1ª vez desde IPO e financiará sua fundação

CEO e co-fundador do banco digital levanta US$ 191 milhões com venda de 3% de sua participação; ações subiram 88% neste ano, levando valor de mercado a US$ 36 bilhões

Co-fundador do Nubank vende ações do banco pela primeira vez desde o IPO desde o fim de 2021 e levanta US$ 191 milhões
Por Daniel Cancel
16 de Agosto, 2023 | 06:46 PM

Bloomberg — David Vélez, o bilionário co-fundador do maior banco digital do mundo, o Nubank, vendeu ações pela primeira vez desde o IPO em dezembro de 2021, levantando cerca de US$ 191 milhões.

Vélez disse em entrevista que vendeu 3% de sua participação no banco, ou 25 milhões de ações, em grande parte para financiar a fundação com sua esposa Mariel Reyes, que tem como foco ajudar iniciativas de liderança e educação na América Latina.

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“Eu não queria fazer isso até que no Nubank pudéssemos tirar muitas dúvidas importantes como: será que dá para ganhar dinheiro? Pode continuar crescendo? E os últimos três trimestres foram fenomenais”, disse Vélez, que é CEO e presidente do conselho de administração.

“Portanto, agora estou tirando 3% das fichas da mesa para começar a aumentar o investimento no outro lado da grande missão que nos impulsiona hoje.”

A venda ocorre um dia depois de o banco anunciar os resultados do segundo trimestre, que superaram as estimativas dos analistas e consolidaram ainda mais a recuperação de um ano difícil de 2022, quando as taxas de juros dispararam no Brasil. As ações do banco subiram 88% neste ano, levando o valor de mercado para US$ 36 bilhões.

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Vélez, que tem um patrimônio líquido de US$ 7,8 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, continua sendo o maior acionista individual do Nubank e detém quase 75% do poder de voto da empresa. A co-fundadora Cristina Junqueira também reduziu sua participação no início deste ano.

Em novembro, Vélez encerrou um programa de incentivo baseado em ações para si mesmo e renunciou a qualquer remuneração em ações em 2023.

O banco, que prometeu acabar com o monopólio no setor bancário brasileiro detido por instituições como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), expandiu-se para o México e a Colômbia e agora tem quase 84 milhões de clientes.

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Natural da Colômbia, Vélez, de 41 anos, estudou na Universidade de Stanford e trabalhou na Sequoia Capital antes de fundar o Nubank. A empresa abriu o capital em uma oferta pública inicial no final de 2021, levantando cerca de US$ 2,6 bilhões em uma avaliação do banco de mais de US$ 40 bilhões.

Antes do IPO, Vélez e sua esposa assinaram o Giving Pledge para doar a maior parte de sua riqueza por meio de esforços filantrópicos. A fundação VelezReyes+ trabalha com parceiros, incluindo Jorge Paulo Lemann, em questões educacionais no Brasil e outras organizações na Colômbia e no Peru.

Vélez não quis comentar quanto dinheiro foi investido na fundação ou que parte dos lucros da venda da participação será destinada para esse fim.

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“Trata-se de encontrar uma forma de devolver à sociedade nas próximas décadas essa riqueza que felizmente conseguimos criar na construção do Nubank”, disse. “Como podemos ajudar a resolver um dos problemas mais complexos da região, que é o acesso desigual às oportunidades.”

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