Bloomberg Línea — A Vale (VALE3) reportou um lucro líquido de US$ 2,39 bilhões no terceiro trimestre, o que representou uma queda de 15% em relação a igual período do ano passado, informou a companhia nesta noite de quinta-feira (24) em resultado.
O desempenho inferior, segundo a mineradora, veio na esteira de um Ebitda - métrica de geração de caixa operacional - mais baixo, além do efeito negativo do esperado acordo definitivo pelo rompimento da barragem de Mariana em novembro de 2015, pela Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP.
No trimestre, a Vale reconheceu uma provisão adicional de US$ 956 milhões para a Samarco/Fundação Renova, “com base nas negociações avançadas com as autoridades brasileiras para um acordo que define as medidas para a reparação e compensação relacionadas ao rompimento da barragem da Samarco.″
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Agora, a provisão total para a Samarco e para a Fundação Renova é de US$ 4,7 bilhões.
A reunião para assinatura do acordo definitivo de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão da Samarco é esperada para esta sexta-feira (25), às 9h30.
De julho a setembro, o Ebitda ajustado da companhia atingiu US$ 3,61 bilhões, uma retração de 18% sobre igual intervalo de 2023, devido a preços realizados de finos de minério de ferro menores e custos de frete mais elevados, que foram parcialmente compensados pelo efeito positivo da depreciação do real, menores custos e despesas e maiores volumes de vendas.
No período, o preço médio realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 90,6 por tonelada, o que representou uma redução de US$ 7,6 em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Já a receita líquida foi de US$ 9,5 bilhões no terceiro trimestre, um recuo de 10% na base anual.
“No trimestre, nossa produção de minério de ferro atingiu seu nível mais elevado em mais de cinco anos, resultado do nosso foco contínuo na excelência operacional”, disse o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, no documento.
Trata-se da primeira divulgação de balanço com Pimenta como CEO da mineradora.
A dívida bruta e os arrendamentos atingiram US$ 14,2 bilhões ao final do trimestre, uma redução de US$ 900 milhões na base trimestral em razão, principalmente, do efeito líquido da gestão de passivos no período e da “desconsolidação” do passivo da Vale Oman Distribution Center, após a venda de 50% de participação.
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