Bloomberg — A Vale planeja gastar até US$ 3,3 bilhões em melhorias em suas operações de mineração no Brasil e no Canadá para aumentar a capacidade de produção de cobre e níquel nos próximos quatro anos.
A gigante de mineração avalia que há potencial para expandir a capacidade de produção para cerca de 500 mil toneladas de cobre até 2028, principalmente por meio de melhorias em suas minas de Salobo e Sossego no Brasil, conforme estimativas mais recentes de sua unidade de metais básicos - fundamentais para a transição energética. No ano passado, a Vale produziu 321.000 toneladas desse metal.
O níquel também receberá um aumento na capacidade.
Mark Cutifani, ex-chefe da Anglo American e atual presidente do conselho da unidade de Metais Básicos da Vale (VALE3), apresentou na quinta-feira (20) um plano que inclui bilhões de dólares em iniciativas de despesas de capital para aumentar a produtividade e reduzir custos nas minas de níquel e cobre e nas plantas de processamento.
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O cobre atingiu um valor recorde no mês passado, impulsionado por uma onda de dinheiro especulativo à medida que investidores otimistas apostavam em uma escassez iminente.
Embora os preços tenham recuado desde então, há um amplo consenso de que o mercado de cobre provavelmente enfrentará déficits nos próximos anos, e as maiores empresas de mineração do mundo estão todas em busca de aumentar sua produção em antecipação a futuros ganhos de preço.
No ano passado, a Vale separou suas operações de metais básicos como uma unidade separada e vendeu uma participação de 10% para a Arábia Saudita, por meio do PIF, o fundo soberano, e a mineradora estatal Maaden. O grupo brasileiro de metais com sede no Rio de Janeiro tem avaliado opções de liquidez para o negócio, que podem incluir uma oferta pública inicial.
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A Vale espera ter “ganhos iniciais” com iniciativas como a redução da capacidade ociosa em sua usina de mineração em Sudbury, no Canadá, utilizando seus próprios metais como fonte.
A empresa estima um aumento de 5% na produção de cobre e um ganho de 10% para o níquel até 2026 em comparação com as estimativas de dezembro, após um gasto inicial de US$ 800 milhões.
“A apresentação foi impressionante ... mas muitos dos conceitos de curto prazo já ouvimos em apresentações anteriores ao longo dos anos”, escreveram analistas do Citigroup em uma nota aos clientes, chamando o negócio de metais básicos de “um conto de ‘mostre-me’ para investidores em ações”.
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