Bloomberg — A Vale escolheu Gustavo Pimenta como seu próximo CEO para substituir Eduardo Bartolomeo em uma votação unânime do conselho de administração, o que coloca fim a um processo de sucessão disputado.
Pimenta assume o cargo em 1º de janeiro de 2025, de acordo com um registro regulatório. Ele sucederá Bartolomeo, que foi o principal executivo por cinco anos depois e entrou para o cargo para ajudar a recuperar a reputação da Vale após o desastre do rompimento da barragem de Brumadinho em janeiro de 2019.
O anúncio põe fim a um processo de meses que envolveu o segundo maior fornecedor de minério de ferro do mundo em seus esforços para encontrar seu próximo líder. A turbulência incluiu tentativas de interferência do governo, vazamentos de informações e disputas entre os membros da diretoria - dois dos quais se demitiram. Bartolomeo queria manter o cargo, mas não conseguiu reunir apoio suficiente.
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Pimenta, que é o CFO da Vale (VALE3) desde 2021, pediu a promoção do diálogo com todas as partes interessadas, de acordo com o documento. Ele disse que a empresa “se concentrará na criação e no compartilhamento de valor, levando a Vale a níveis ainda mais altos”.
A incerteza pesou sobre os investidores da Vale, cujas ações estão sendo negociadas com desconto em relação a seus pares devido a questões específicas da empresa.
A empresa com sede no Rio de Janeiro ainda lida com as repercussões de outro desastre em uma barragem de rejeitos - a de Mariana - em 2015 no sul de Minas Gerais e uma disputa com o governo federal sobre a renovação da concessão de uma ferrovia em Carajás, onde a Vale tem suas operações mais valiosas.
A diretoria da Vale indicou Pimenta após analisar uma lista de 15 nomes preparada pela consultoria Russell Reynolds.
O novo CEO será apresentado oficialmente aos investidores no Vale Day em 3 de dezembro. Bartolomeo apoiará o processo de transição do CEO a partir de 2025 e permanecerá como conselheiro da empresa até dezembro do mesmo ano.
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Um dos principais critérios para a escolha do próximo chefe da Vale foi sua capacidade de navegar nas relações institucionais.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tem criticado a Vale por recompensar os investidores com dividendos enquanto vende ativos, fica com os direitos de mineração e demora muito para indenizar as vítimas de seus desastres de mineração.
Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o consentimento do governo - que tem ingerência indireta por meio do maior acionista, a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil - é fundamental para acabar com a burocracia que atrapalha suas ambições.
Pimenta, nascido em 1978, tem 20 anos de experiência nos setores financeiro, de energia e de mineração. Ele ingressou na Vale como diretor financeiro em 2021.
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Anteriormente, passou mais de uma década na empresa de energia americana AES Corp. e foi vice-presidente de estratégia e fusões e aquisições do Citibank em Nova York.
Como vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Pimenta supervisionou a agenda de produtividade da mineradora, com foco na alocação de capital, eficiência de custos e definição da estratégia para reduzir em um terço as emissões de gases de efeito estufa até 2030.
O executivo também esteve à frente das negociações em andamento com o governo brasileiro - incluindo um acordo final para o desastre de Mariana - e uma disputa sobre a renovação da concessão da ferrovia de Carajás.
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