Vale antecipa mudança de CEO e Gustavo Pimenta assume comando em outubro

Atual CFO havia sido eleito no fim de agosto para substituir Eduardo Bartolomeo originalmente a partir de janeiro de 2025; conselho aprovou dois novos membros independentes

Monitor mostra cotações da Vale na Bolsa de Nova York em imagem de 2018: empresa acompanhada por investidores globais (Foto: Michael Nagle/Bloomberg)
Por Bloomberg Línea
22 de Setembro, 2024 | 08:57 AM

Bloomberg Línea — A Vale decidiu antecipar para 1° de outubro, daqui a uma semana, portanto, o início de mandato de Gustavo Pimenta como seu novo CEO. A decisão foi aprovada pelo conselho de administração, segundo comunicado ao mercado na noite de sexta-feira (20).

Originalmente, o plano previa que Pimenta, CFO da mineradora desde 2021, assumisse o comando em 1° de janeiro de 2025, em substituição ao atual CEO Eduardo Bartolomeo, no cargo há cinco anos e meio. O atual CEO atuará como advisor da companhia até o fim de 2025, segundo informado anteriormente.

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Pimenta foi aprovado pelo conselho como próximo CEO da Vale (VALE3) no fim de agosto, o que colocou fim a meses de discussões internas e na esfera do governo federal para definir quem assumiria uma das empresas mais relevantes para a economia do país, dado o seu tamanho em negócios e empregos.

Leia mais: Conselho da Vale aposta que novo CEO ajudará a melhorar imagem da empresa

Segundo a Bloomberg News noticiou dois dias após sua aprovação como CEO, a capacidade de Pimenta de se comunicar com as partes interessadas foi o que motivou a decisão unânime do conselho de selecioná-lo, citando declarações de Daniel Stieler - ele preside o colegido como indicado da Previ (fundo de pensão de funcionários do Banco do Brasil), maior acionista individual da Vale.

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“A Vale tem um problema de reputação que precisa ser restabelecida, para mostrar à sociedade seu valor”, disse Stieler na ocasião. “O processo de comunicação é muito importante.”

Há também missões inerentes ao negócio, como as perspectivas de queda nos preços do minério de ferro diante da demanda mais fraca por aço na China, o principal destino de suas exportações.

Como reflexo do cenário desafiador, as ações da Vale acumulam queda da ordem de 25% em 2024, em linha com outras gigantes do setor, como BHP, com perdas perto de 25%, e Rio Tinto, de 20%.

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Bartolomeo, por sua vez, assumiu o comando da Vale em março de 2019 com a missão de liderar os esforços de recuperação da empresa depois do rompimento da barragem de Brumadinho, o segundo desastre ambiental em quatro anos. Ele substituiu Fabio Schvartsman, que pediu afastamento do cargo.

“Sob a liderança de Eduardo, a Vale conseguiu avançar significativamente em sua transformação cultural, com orientação para a segurança das pessoas e operações, para a gestão de riscos e para a integridade de ativos. Adotou um programa pioneiro de descaracterização de barragens, implementando os melhores padrões globais para a gestão das estruturas de contenção de rejeitos”, destacou a Vale no comunicado.

Em outro comunicado na sexta à noite, a Vale informou que o conselho aprovou Heloisa Belotti Bedicks e Reinaldo Castanheira Filho como novos conselheiros independentes.

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Segundo a Vale, Heloisa Bedicks é economista e membro do conselho fiscal da TIM, do conselho de administração do Grupo Mapfre e do comitê de auditoria da Brasilseg e da Gasmig.

Castanheira Filho também é economista e ocupou posições executivas na Vale, como CEO do negócio Alumínio, CFO da área de Manganês e diretor de Análises de Investimentos. Foi ainda CFO na Ferrous e trabalhou anteriormente na PWC e na Coca-Cola.

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