Unilever vai priorizar marcas de alimentos premium e que vendem mais, diz CEO

Hein Schumacher disse no Investor Day que a empresa global de bens de consumo vai abandonar marcas que, combinadas, vendem mais de € 1 bilhão, mas não mencionou spinoff

A Unilever disse que abandonará marcas de alimentos com vendas combinadas de mais de 1 bilhão de euros
Por Dasha Afanasieva
22 de Novembro, 2024 | 05:12 PM

Bloomberg — A Unilever disse que abandonará marcas de alimentos com vendas combinadas de mais de 1 bilhão de euros (US$ 1 bilhão), à medida que o CEO Hein Schumacher se concentra nos produtos de melhor desempenho da empresa de bens de consumo.

No ano passado, o CEO lançou uma iniciativa de turnaround na fabricante da maionese Hellmann’s e do sabonete Dove, entre outras marcas globais.

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Em março deste ano, ele delineou planos de corte de custos, incluindo a redução de 7.500 funcionários, e decidiu levar adiante um spinoff da unidade de sorvetes, que tinha relativamente um baixo desempenho.

O futuro do negócio de alimentos da Unilever tem sido questionado desde que unificou sua estrutura em Londres, em 2020. Na época, a empresa disse que, se fosse listar o negócio separadamente no mercado de ações, o faria em Amsterdã.

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À medida que a Unilever simplifica essa divisão, que teve vendas totais de cerca de 13 bilhões de euros no ano passado, a empresa planeja buscar o crescimento em categorias como condimentos, utensílios de cozinha e produtos para cozinhas profissionais.

Duas marcas, a Knorr, de temperos, e a Hellmann’s respondem por cerca de 60% das vendas da divisão de alimentos.

No Investor Day em Londres nesta sexta-feira (22), Schumacher também disse que quer expandir a proporção de produtos premium no portfólio - uma estratégia chamada de “premiumização”.

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Isso ocorre enquanto o setor luta contra as restrições de gastos dos compradores por causa da persistente inflação elevada. Empresas com produtos de marca têm sofrido pressão por parte dos clientes que trocam seus produtos pelas marcas próprias dos supermercados.

Preço e volume

A Unilever também disse que o volume de produtos que vende aumentará pelo menos 2% ao ano após a separação de seu negócio de sorvetes, o que a ajudará a atingir uma meta previamente estabelecida de crescimento de vendas de um dígito médio.

Os fabricantes de bens de consumo têm tentado reduzir a dependência dos ganhos de receita impulsionados pelos preços após um período de alta inflação.

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A Unilever voltou a registrar crescimento de volume trimestral nos últimos três meses de 2023, pela primeira vez desde 2021. No terceiro trimestre deste ano, os volumes da Unilever aumentaram 3,6%, o que a ajudou a aumentar as vendas em 4,5%.

Schumacher prometeu na sexta-feira “dobrar a aposta” na Índia: “Talvez ela represente nossa maior oportunidade”, disse ele, acrescentando que o crescimento econômico robusto na economia asiática oferece uma oportunidade para todas as suas unidades.

"Vamos acionar todas as alavancas para garantir que nos beneficiemos desse crescimento", disse Schumacher.

A Unilever disse que tanto o programa de produtividade de 800 milhões de euros quanto a separação da divisão de sorvetes, que inclui a marca Ben & Jerry's, estão no caminho certo para serem concluídos até o final do próximo ano, conforme planejado.

As ações da Unilever subiram 2% em Londres nesta sexta e estão em alta de 21% nos últimos 12 meses.

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