Bloomberg — A Toyota Motor inicia o ano de forma lenta, mas promissora, depois que as vendas estagnadas no exterior foram compensadas por uma recuperação no Japão.
As vendas globais, incluindo as das subsidiárias Daihatsu Motor e Hino Motors, aumentaram 2% em relação ao ano anterior, para 846.744 unidades, um recorde para o mês de janeiro, informou a empresa na quinta-feira. A produção subiu 12%, para 885.346 unidades.
Apesar do desconforto nos principais mercados - tarifas futuras nos EUA, intensa concorrência na China e queda na demanda no Japão - e uma queda no lucro trimestral, a Toyota elevou seu guidance de lucro anual para o ano fiscal que termina em março.
Com a retomada das entregas no Japão, a montadora está finalmente começando a mostrar sinais de recuperação depois que uma série de escândalos regulatórios e grandes recalls no exterior no ano passado a forçaram a reduzir a produção.
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A Toyota entregou 10,8 milhões de veículos em 2024, uma queda em relação ao ano anterior, mas ainda assim o suficiente para superar a Volkswagen e proteger seu título de maior montadora do mundo pelo quinto ano consecutivo.
A Toyota agora prevê uma receita operacional de ¥ 4,7 trilhões (US$ 31 bilhões), e indica que espera que a atividade se recupere mais tarde.
Em janeiro, as vendas do grupo Toyota no Japão cresceram 26%, enquanto as vendas de carros das marcas Toyota e Lexus aumentaram 13%. Na China, o maior mercado automobilístico do mundo, as vendas das duas marcas caíram 14%, já que os fabricantes de veículos elétricos, liderados pela BYD.
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Em outros lugares, as tarifas propostas pelo presidente Donald Trump também significam problemas para as montadoras japonesas, a maioria das quais depende dos EUA como seu maior e mais importante mercado.

Para outras, janeiro não foi tão proveitoso. A Honda informou que as vendas globais caíram 12% naquele mês, para 281.410 unidades, enquanto a produção caiu 20%, para 269.168. A Nissan registrou queda de 6% nas vendas mensais, para 251.136 unidades, enquanto a produção caiu 11%, para 243.437.
Em dezembro, a Honda ofereceu à Nissan um caminho para a salvação ao concordar com um acordo que teria feito com que as duas marcas se unissem em uma única holding. No entanto, divergências sobre as expectativas e a dinâmica de poder fizeram com que as negociações fracassassem. O acordo foi formalmente encerrado em fevereiro.
A Nissan agora se prepara para substituir o CEO Makoto Uchida após outro trimestre desanimador e o colapso do acordo com a Honda, informou a Bloomberg News na quinta-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.
Juntos, eles poderiam ter competido no cenário global, criando o que teria sido uma das maiores montadoras de automóveis do mundo, pelo menos em teoria.
Agora que se separaram oficialmente, a Honda terá que encontrar outra maneira de ganhar a escala necessária para competir com os pesos pesados do setor, e a Nissan precisará buscar novos parceiros para superar mais uma crise financeira.
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