Títulos da Acelen caem com indefinição sobre potencial venda para a Petrobras

Investidores em títulos da empresa, controlada pelo Mubadala, têm perdido a paciência com as negociações, o que pesa sobre os ativos, segundo pessoas ouvidas pela Bloomberg News

A Acelen é a dona da Refinaria de Mataripe e seus ativos logísticos na Bahia
Por Vinícius Andrade - Maria Elena Vizcaino
09 de Outubro, 2024 | 03:22 PM

Bloomberg — Investidores da Acelen, a operadora de refinaria de petróleo controlada pelo Mubadala Capital, estão perdendo a paciência com as negociações para uma potencial venda para Petrobras (PETR3; PETR4), que se arrasta.

Os títulos da Acelen, que já vinham caindo nos últimos dois meses, recuaram ainda mais após a teleconferência de resultados da companhia na semana passada não ter trazido grandes novidades sobre a potencial transação, segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

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É uma forte retração em relação à alta de 30 centavos de dólar vista ao longo do último ano com a perspectiva de uma potencial venda, que ofuscou os resultados fracos.

Os títulos com vencimento em 2031 caíram cerca de 8 centavos de dólar nos últimos meses, para serem negociados a 85 centavos de dólar, mostram dados da Trace. Os rendimentos saltaram para o maior nível desde fevereiro.

A Petrobras, que anteriormente operava a refinaria de Mataripe, no nordeste do Brasil, ainda avalia a compra, embora a CEO Magda Chambriard tenha dito no mês passado que a recompra não era uma prioridade.

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“Alguns investidores estão simplesmente negociando a faixa de preços”, disse Roger Horn, estrategista sênior de mercados emergentes na Mariva Capital Markets. “A parte inferior da faixa olha o crédito de forma independente como de uma refinaria em uma dinâmica de mercado fraco. Quando há otimismo para um acordo a ser anunciado, os títulos sobem.”

A Acelen não comentou, enquanto a Petrobras disse que não há fatos novos em relação às negociações.

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Os resultados da Acelen estão sob pressão à medida que o setor sofre com margens fracas. Os chamados crack spreads — diferença entre o preço que a Acelen paga pelo óleo cru e o preço que consegue repassar aos consumidores — despencaram 33% no último ano, para US$ 5,4 o barril no segundo trimestre, de acordo com um relatório da Balanz Capital Valores.

A Acelen disse no passado que não consegue competir com refinarias rivais de propriedade da Petrobras que vendem gasolina e diesel a preços mais baratos. Alguns analistas disseram que, por si só, um potencial M&A entre as duas partes poderia ajudar a melhorar as margens.

Se a Petrobras avançar com a aquisição, o spread de mais de 500 pontos-base entre bonds da Acelen e da Petrobras deverá diminuir, segundo estrategistas.

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Para Ezequiel Fernández, analista da Balanz, que tem uma recomendação “underweight” para a Acelen desde o início de setembro, comentários recentes da Petrobras minimizando seu interesse em uma transação podem ser apenas tática de negociação. Ainda assim, ele diz que não é hora de ficar otimista.

“Achamos que um M&A tem mais probabilidade de acontecer do que não”, disse Fernandez. “Mas, ao lidar com probabilidades e o suspense que podemos ter até que Mubadala e a Petrobras cheguem a um entendimento, ficaríamos mais confortáveis” comprando os títulos que vencem em 2031 mais perto de 75 centavos de dólar, acrescentou.

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