Tesla: após rali de US$ 200 bi, analistas alertam que queda pode estar próxima

Ações da montadora de veículos elétricos subiram quase 40% em oito dias após a empresa superar as estimativas de entregas no segundo trimestre

Carregador da Tesla
Por Subrat Patnaik
06 de Julho, 2024 | 11:48 AM
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Bloomberg — Uma sequência de oito dias de ganhos para as ações da Tesla (TSLA) levou a montadora mais valiosa do mundo para o território positivo pela primeira vez este ano.

As ações da companhia fecharam em alta de 2,1% na sexta-feira (5), registrando sua mais longa sequência de ganhos diários consecutivos em quase um ano. Durante esse período, os papéis subiram 38%, adicionando US$ 220 bilhões em valor de mercado.

No início desta semana, a alta foi impulsionada pelas entregas do segundo trimestre, que superaram a estimativa média dos analistas.

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Embora o mercado tenha recebido com otimismo o número de entregas maior que o esperado, ele marcou a primeira queda trimestral consecutiva em mais de uma década.

A montadora informou na terça-feira (2) que entregou 443.956 veículos no segundo trimestre, superando a média de 439.302 estimada por analistas de Wall Street, mas uma queda em comparação com os trimestres anteriores.

“O pior está no espelho retrovisor da Tesla”, escreveu Daniel Ives, analista da Wedbush Securities, em uma nota na sexta-feira. “Também importante, parece que a China viu uma ‘mini recuperação’ no trimestre encerrado em junho.”

O governo chinês disse que várias empresas estatais em Xangai compraram o Model Y, da Tesla, para uso comercial. No entanto, o aumento da concorrência no país gerou guerras de preços e preocupações com a demanda da fabricante de veículos elétricos este ano.

A Tesla teve um ano difícil, com o anúncio por parte do CEO Elon Musk de grandes reduções de pessoal em abril, seguidas por cortes adicionais de até 20%.

As ações da Tesla, que vinham sendo negociadas dentro de uma faixa bastante restrita desde o início de maio, finalmente se desprenderam.

A ação ultrapassou sua média móvel de 200 dias – um indicador de tendência de longo prazo ao qual os traders prestam muita atenção. Os papéis chegaram a cair 1,6% na sexta-feira, antes de fecharem em alta.

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Na análise técnica de ações, analistas afirmam que há pelo menos uma medida sugerindo que um recuo pode estar próximo.

Isso porque a alta impulsionou o índice de força relativa das ações (RSI, na sigla em inglês) um indicador da dinâmica de preços de alta e de baixa que varia de zero a 100, acima de 80 nos últimos dias.

Esse nível elevado do RSI é geralmente visto como um sinal de que uma baixa é iminente, já que as compras se tornaram excessivas.

-- Com a colaboração de Jeran Wittenstein.

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