Temos que vender carros que as pessoas possam comprar, diz CEO global da Citroën

Em visita ao Brasil para o lançamento do SUV Basalt, o francês Thierry Koskas disse que a marca quer conciliar excelência com preço acessível e que a América Latina é prioridade

Thierry Koskas
07 de Outubro, 2024 | 10:00 AM

Bloomberg Línea — Em um mercado extremamente competitivo, a Citroën, do grupo Stellantis (STLA), quer se posicionar como uma marca de veículos de excelência com preço acessível, afirmou o CEO da empresa, Thierry Koskas, em visita ao Brasil.

“Estamos tentando atender às necessidades do consumidor brasileiro. Competimos com várias marcas, mas queremos trazer produtos que as pessoas possam comprar. Um sonho acessível”, disse o executivo a jornalistas durante o lançamento do SUV Basalt.

O executivo destacou que o modelo, lançado na semana passada em São Paulo, é um bom exemplo da estratégia da marca francesa. “Queremos dar a possibilidade aos brasileiros de comprar um SUV. A Citroën é uma marca francesa com muita atratividade, mas também acessível.”

Leia mais: Pátria amplia portfólio e chega a US$ 1,2 bi de capex em rodovias na Colômbia

PUBLICIDADE

A montadora lançou seu primeiro SUV coupé na região, com a proposta de espaço e conforto com valor mais acessível para o seu segmento. O modelo estreou nas lojas em três versões a partir de R$ 89.990.

Será o SUV com menor preço do mercado brasileiro. Modelos como o T-Cross da Volkswagen, o Hyundai Creta e a Chevrolet Tracker estão na faixa de R$ 119 mil na versão de entrada.

Koskas salientou que a América Latina é um mercado-chave para a Citroën, com destaque para Brasil e Argentina. Segundo ele, atualmente 70% das vendas da marca são provenientes da Europa, e o restante vem de fora do continente.

Ele afirmou que a estratégia fora da Europa tem três focos: o crescimento na América Latina, no Oriente Médio e na Índia. Hoje, a Citroën tem volumes de vendas globais da ordem de 700 mil unidades por ano. A meta é atingir um milhão de unidades nos próximos três anos.

Basalt Citroën

“Temos dois pilares para esse crescimento, o primeiro deles é o avanço em 2024 e 2025 na Europa, onde o line-up de produtos está completo para brigarmos por participação de mercado. O outro é crescer na América Latina”, disse.

O CEO da Stellantis na América do Sul, Emanuele Cappellano, presente no mesmo evento, disse que a percepção da Citroën no Brasil era outra há algumas décadas.

“Quando a Citroën chegou ao Brasil, tinha a identidade de um carro europeu, sem adaptações para o público local. Na verdade, esse foi o caso de muitas marcas”, afirmou. “Mas essa não é mais a percepção, já há muito tempo. A Citroën não é só mais uma marca importada, temos engenharia local”, acrescentou.

PUBLICIDADE

Ele afirmou que, principalmente após a fusão da Fiat Chrysler com a PSA Peugeot-Citroën no início de 2021, os produtos da Citroën têm sido desenvolvidos pela engenharia brasileira.

Leia mais: Como engenheiros do Brasil se tornaram chave para Stellantis se manter competitiva

Koskas destacou que a marca busca adaptar os produtos às necessidades de cada mercado. “Brasil, Índia e Europa são bem diferentes”, disse. Em sua visão, as 12 marcas de carros do grupo Stellantis não têm tanta sobreposição.

“O bom é que cada marca tem um território, tentamos diferenciar os produtos. No caso da Citroën, o foco é muito o conforto, tentamos oferecer o que o consumidor não vai encontrar do mesmo jeito em outras marcas.”

No acumulado de 2024 até setembro, a participação da Citroën nas vendas totais de automóveis no mercado brasileiro foi de 1,71%, com 23,4 mil unidades, segundo dados da Fenabrave, entidade que reúne as concessionárias. A marca figura na 12ª colocação do ranking de emplacamentos no país.

Nesse contexto, Koskas reforçou a relevância do mercado brasileiro para a montadora francesa. “O Brasil é muito importante para a marca. É um mercado-chave para nós.”

Leia também

Na França, bilionários da Peugeot enfrentam revolta de investidores descontentes

Para a 3M, Brasil pode passar de polo regional a hub global de exportações

Por que a WEG escolheu a Turquia para sua 25ª aquisição fora do Brasil

Juliana Estigarríbia

Jornalista brasileira, cobre negócios há mais de 12 anos, com experiência em tempo real, site, revista e jornal impresso. Tem passagens pelo Broadcast, da Agência Estado/Estadão, revista Exame e jornal DCI. Anteriormente, atuou em produção e reportagem de política por 7 anos para veículos de rádio e TV.