Bloomberg — A Suzano (SUZB3), a maior fornecedora de celulose do mundo, espera se beneficiar de uma moeda brasileira fraca, mesmo depois de registrar um prejuízo recorde, já que a desvalorização do real aumentou o tamanho da dívida externa da empresa e corroeu o valor justo dos derivativos.
“Quanto mais depreciada a moeda, mais caixa a Suzano vai gerar”, disse o diretor financeiro Marcelo Bacci em uma entrevista à Bloomberg News.
A moeda mais fraca está elevando a receita das vendas de celulose feitas em dólares, disse Bacci, enquanto a maioria das perdas relatadas se deve à contabilidade.
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Os desembolsos de caixa relacionados a perdas com derivativos, como opções, só ocorrerão no momento do vencimento, disse Bacci, com os impactos sendo compensados pelo fluxo de caixa proveniente das vendas.
A empresa sediada em São Paulo registrou um prejuízo de R$ 3,77 bilhões nos três meses encerrados em junho, em comparação com um lucro de R$ 5,1 bilhões no ano anterior.
A estimativa média dos analistas consultados pela Bloomberg era de um lucro de R$ 2,13 bilhões. Esse é o maior prejuízo trimestral da empresa em um período semelhante, de acordo com dados que remontam a 1998.
Os resultados operacionais da Suzano ainda foram sólidos, uma vez que a empresa se beneficiou dos preços mais altos da celulose e dos maiores volumes de vendas.
Os lucros, excluindo alguns itens como juros e impostos, aumentaram 60% em relação ao ano anterior, para R$ 6,29 bilhões.
Olhando para frente, a empresa também espera maiores volumes de vendas nos próximos trimestres devido ao aumento da capacidade de produção após o início da operação de uma nova fábrica em julho.
Isso deverá contribuir para os resultados, mesmo que os preços da celulose na China, principal importador, tenham começado a cair recentemente, disse o CEO Beto Abreu.
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