‘Sucessores’: os Rothschild, a dinastia que ajudou a moldar as finanças globais

Novo episódio de Sucessores, podcast da Bloomberg Línea, conta a história de uma das famílias mais tradicionais e influentes da Europa ao longo de mais de dois séculos

A dinastia Rothschild
02 de Junho, 2024 | 05:20 PM

Bloomberg Línea — Dinastia de origem de alguns dos maiores banqueiros da Europa, a família Rothschild hoje se divide em dois principais clãs que comandam duas tradicionais instituições financeiras do continente: o banco Edmond de Rothschild, da Suíça, e o Rothschild & Co., da França.

Enquanto Ariane de Rothschild é a CEO do Edmond de Rothschild, na Suíça, o maior deles, seus primos controlam o Rothschild & Co. de Paris.

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O novo episódio de Sucessores, podcast original da Bloomberg Línea, conta a história dessa dinastia lendária, que ajudou a moldar o curso das finanças mundiais com sua riqueza, poder e influência.

A família Rothschild tem origem em Frankfurt, na Alemanha, no final do século XVIII. O nome Rot, vermelho, em alemão, e schild, sinal, vem do bairro judeu em que a família vivia - mais de 170 anos depois, a família teve um papel importante na criação do Estado de Israel, com membros que apoiaram o movimento sionista e contribuíram para o estabelecimento do país na metade do século XX.

Nascido em 1744, Mayer Amschel Rothschild era filho de comerciantes, que morreram quando ele tinha 11 anos. Nesse contexto, ele começou a trabalhar em um cargo de aprendiz em um banco da cidade de Hanover, em que ficou até voltar para Frankfurt para se casar e abrir o próprio negócio.

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O negócio em questão era um comércio de moedas antigas, objetos e arte. Ele juntou dinheiro suficiente pra se tornar banqueiro e se tornou administrador do Condado de Hesse-Cassel. Foi assim o responsável pelo crescimento do patrimônio de Willhem I, o primeiro imperador do unificado Império Alemão.

Esse foi o caminho para que Mayer transformasse a modesta casa bancária em uma potência financeira. Por meio de cinco filhos - Amschel, Salomon, Nathan, Carl e James -, os Rothschild estenderam seu alcance por toda a Europa, com filiais bancárias em todas as principais capitais.

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No decorrer do século XIX, os Rothschild emergiram como os banqueiros mais poderosos da Europa. A habilidade em antecipar eventos políticos e econômicos lhes permitiram lucrar de forma ampla com empréstimos para governos e financiamento de projetos de infraestrutura.

No fim desse século, a família superou até mesmo as mais influentes dinastias bancárias de sua época, como os Barings e os Berenbergs. No seu auge, também no século XIX, os Rothschilds eram detentores da maior fortuna privada do mundo.

Ao longo do tempo, a riqueza da família se dispersou entre centenas de descendentes, o que acabou por reduzir o impacto dos negócios familiares.

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Hoje, embora em uma escala muito menor do que no passado, os Rothschilds continuam ativos em diversas áreas, desde mineração e instituições bancárias até energia, agricultura e vinicultura, além de terem atuação de destaque na filantropia.

Duas empresas, a suíça e a francesa, que carregam o famoso nome Rothschild são os únicos bancos restantes com vínculos com a renomada família.

E, depois de décadas com operações em áreas de negócios relativamente diferentes, agora as duas instituições financeiras estão envolvidas em uma disputa por uma fatia da altamente lucrativa indústria global de gestão de patrimônio, o wealth management, de US$ 250 trilhões.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups