Stellantis se opõe a adiamento de regras da União Europeia sobre emissões

O CEO da holding de montadoras globais como Fiat e Peugeot, Carlos Tavares, disse em entrevista à agência de notícias AFP que mudar as metas neste momento seria ‘surreal’

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Bloomberg — A Stellantis resiste a qualquer movimento da União Europeia para adiar as metas de emissões definidas para entrar em vigor no ano que vem, criando um possível conflito com outras fabricantes da região.

“Seria surreal mudar as regras agora”, disse o CEO Carlos Tavares em entrevista à agência de notícias AFP neste domingo (15). Um porta-voz da Stellantis confirmou os comentários e forneceu uma declaração da empresa em apoio à manutenção da regulamentação atual. A companhia pede subsídios governamentais contínuos para os consumidores na compra de veículos elétricos.

“Todo mundo conhece as regras há muito tempo e teve tempo para se preparar, então agora é hora de correr”, disse Tavares na entrevista, acrescentando que a Stellantis preparou os veículos elétricos e colocou em prática os meios para vendê-los.

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A associação europeia que representa as fabricantes de veículos, conhecida como ACEA, elaborou uma proposta para a UE tomar medidas de emergência para adiar em dois anos as metas que devem entrar em vigor em 2025. O presidente da associação, o CEO da Renault, Luca de Meo, também disse que gostaria de ver mais flexibilidade da UE nas regras.

Tavares tirou a Stellantis da associação em 2022 e a empresa disse no domingo que se organizou para cumprir as metas reduzindo custos, lançando novos modelos e enfrentando a concorrência de fabricantes chineses e da Tesla.

Em uma declaração em 12 de setembro em seu site, a ACEA disse que “a indústria automotiva da UE investiu bilhões em eletrificação para colocar veículos no mercado, mas os outros ingredientes necessários para essa transição não estão disponíveis e a competitividade da UE está se deteriorando”.

O rascunho da proposta, visto pela Bloomberg News, estima que as metas exigiriam que as montadoras interrompessem a produção de cerca de 2 milhões de carros ou fossem expostas a multas que podem chegar a 13 bilhões de euros (US$ 14,4 bilhões) para carros de passeio.

O setor automotivo da Europa está lutando com modelos mais baratos da China, altos custos de energia e baixa demanda do consumidor, com as vendas permanecendo bem abaixo dos níveis pré-pandêmicos.

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