Bloomberg — A unidade brasileira da State Grid está tentando levantar cerca de US$ 1 bilhão com a venda de uma participação minoritária, disseram pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.
A State Grid Brazil Holding está em negociações com fundos soberanos chineses para vender cerca de 25% em um aumento de capital, disseram as pessoas, pedindo anonimato porque as discussões não são públicas.
O CNIC, o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa, conhecido como CPDFund, e o Fundo CLAI demonstraram interesse em investir, disseram as pessoas.
A empresa, que opera mais de 16.000 quilômetros em linhas de transmissão de energia no Brasil, ficaria com 100% dos recursos da venda para impulsionar o seu crescimento por meio de aquisições e reduzir dívidas, disseram as pessoas.
As negociações estão em andamento, nenhuma decisão final foi tomada e a empresa e os fundos ainda podem decidir não prosseguir com o negócio, disseram as pessoas.
Representantes da State Grid China, State Grid Brazil não responderam imediatamente a pedidos de comentários, enquanto representantes do CNIC, CPDFund e CLAI também não responderam ou não puderam ser contatados para comentar.
As linhas de transmissão da State Grid Brazil ajudam a distribuir o equivalente a 10% de toda a rede de alta tensão do Brasil, segundo seu website.
Algumas empresas estatais chinesas procuram atrair capital por meio da venda de participações minoritárias nos seus ativos internacionais. Isso permite reduzir alavancagem ao mesmo tempo em que levantam dinheiro para crescer mais com aquisições.
Em 2021, um grupo de investidores, incluindo a CNIC e o GIC investiram em ativos internacionais da China Three Gorges, disseram na época pessoas familiarizadas com o assunto.
O CNIC, com um capital inicial de cerca de US$ 11 bilhões, investe em áreas como petróleo e gás, metais e mineração, infraestrutura energética e energia limpa, segundo o seu website.
O CPDFund foi fundado pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau em 2013, com o objetivo de promover a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.
Tem investido em áreas como agricultura, indústria de transformação e infraestrutura em países como Brasil, Moçambique, Angola e Macau.
O Fundo CLAI, que também tem o Banco de Desenvolvimento da China como investidor, busca investimentos na América Latina e no Caribe em setores que incluem energia limpa, infraestrutura e mineração.
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