Bloomberg — Grandes investidores em startups, incluindo o Google, da Alphabet, e o SoftBank, têm apostado que a computação quântica, muitas vezes considerada um experimento científico fantástico, está cada vez mais próxima de gerar aplicações abrangentes no mundo real.
O Google e o Vision Fund do SoftBank são dois dos novos investidores da QuEra Computing. Eles participaram de uma rodada de financiamento de US$ 230 milhões para a startup sediada em Boston, cujo objetivo é tornar a computação quântica mais prática.
O CEO interino da QuEra, Andy Ory, disse que a última rodada de financiamento foi realizada rapidamente - “em questão de semanas” - depois que a startup superou uma série de desafios técnicos que estimularam os investidores a abordá-lo.
Do novo fluxo de caixa, US$ 60 milhões ainda não foram pagos e estão condicionados ao fato de a QuEra ter atingido determinados marcos técnicos, informou a empresa.
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A computação quântica tornou-se um tópico cada vez mais importante no mundo da tecnologia, graças em parte a avanços como o novo computador quântico do Google, que pode concluir em cinco minutos um problema matemático que levaria aos supercomputadores cerca de 10 septilhões de anos.
Ory descreveu a diferença entre o entusiasmo pelo setor quântico hoje em comparação com alguns anos atrás como "noite e dia".
O setor atraiu dezenas de bilhões em investimentos de governos, empresas públicas e investidores privados em todo o mundo e espera-se que cresça e se torne um mercado de US$ 173 bilhões até 2040, de acordo com um relatório da McKinsey.
Empresas como Google, Microsoft e IBM estão dedicadas ao trabalho de desenvolvimento dessa tecnologia, assim como centenas de startups que utilizam abordagens variadas.
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"Há uma pequena corrida de cavalos para saber qual tecnologia é melhor", disse Ory. A tecnologia da QuEra usa o que é conhecido como qubits de átomo neutro. "Parece que, atualmente, os átomos neutros estão ganhando", disse ele.
Ory disse que o escalonamento de um computador quântico é mais fácil com átomos neutros do que com outros métodos, porque pode ser feito em temperatura ambiente e não requer equipamento de refrigeração criogênica massivo.
Criada a partir do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em 2018, a QuEra diz que obtém dezenas de milhões em receita do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada do Japão e de outros clientes.
A empresa usará o novo financiamento para quase dobrar sua equipe para cerca de 130 pessoas até o final do ano, contratando principalmente cientistas e engenheiros.
A QuEra, que já havia levantado cerca de US$ 50 milhões, chegou a um valuation entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão na rodada mais recente, de acordo com uma pessoa familiarizada com as conversas, que pediu para não ser identificada por discutir informações privadas.
A empresa não quis comentar sobre sua avaliação.
Hartmut Neven, chefe da divisão Quantum AI do Google, que apoiou o investimento da empresa na QuEra, disse na semana passada que espera que os aplicativos comerciais de computação quântica cheguem ao mercado dentro de cinco anos.
"Assim como o ChatGPT foi um sucesso da noite para o dia que levou 30 anos para ser criado, nós também somos", disse o diretor comercial da QuEra, Yuval Boger. "Estamos há 43 anos em construção. Outra revolução está chegando."
-- Com a colaboração de Jane Lanhee Lee.
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