Starbucks: novo CEO terá remuneração de US$ 113 mi, uma das maiores nos EUA

Brian Niccol, que lidera hoje o Chipotle, começará na rede de cafeterias no próximo mês, com pacote que o tornará um dos CEOs mais bem pagos dos EUA

Cafeteria da Starbucks
Por Anders Melin
16 de Agosto, 2024 | 11:04 AM

Bloomberg — A troca de CEO da Starbucks está prestes a custar à rede de cafeterias pelo menos US$ 120 milhões, à medida que a companhia aposta em uma mudança de liderança para revitalizar o negócio.

Brian Niccol começará no próximo mês com um pacote de remuneração no valor de US$ 113 milhões, grande parte do total em ações para substituir prêmios de sua antiga empregadora, o Chipotle, que ele terá de renunciar, segundo documentos.

Esse pacote provavelmente o tornará um dos CEOs mais bem pagos dos Estados Unidos. Após o anúncio da chegada de Niccol, as ações da Starbucks dispararam 25%, o maior aumento já registrado, adicionando US$ 21,4 bilhões ao valor de mercado da empresa.

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O CEO atual, Laxman Narasimhan, que foi desligado sem justa causa com relação aos seus direitos contratuais, sairá com uma compensação de aproximadamente US$ 10 milhões, segundo documentos e sua carta de oferta de 2022.

Ele também detém ações no valor de milhões de dólares, que ele pode coletar parcialmente, dependendo dos termos de sua saída.

A troca na liderança ocorre após um período desafiador para a Starbucks, que enfrentou vendas mais fracas e investidores ativistas, como Elliott Investment Management e Starboard Value, que supostamente adquiriram participações na empresa.

Enquanto isso, o ex-CEO Howard Schultz, que moldou a empresa ao longo de décadas, lamentou publicamente que a companhia havia perdido o foco em suas principais operações nos EUA.

Pacote de remuneração

A Starbucks dará a Niccol ações no valor de US$ 75 milhões para substituir prêmios não adquiridos que ele deixará para trás no Chipotle.

Ele também receberá um bônus de assinatura de contrato de US$ 10 milhões. Isso se soma ao seu pacote anual de remuneração de US$ 28,2 milhões, composto de salário, bônus e prêmio de ações de longo prazo.

Grande parte das ações está vinculada a metas de desempenho que abrangem vários anos e podem pagar menos ou mais, dependendo do desempenho da empresa.

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Outro benefício será o modelo de trabalho remoto de Niccol: a Starbucks disse que ele poderá trabalhar remotamente da Califórnia, montando um escritório a 1.600 km da sede da rede em Seattle.

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Narasimhan está prestes a sair com um pagamento de rescisão de US$ 7,8 milhões. Ele também receberá um bônus anual proporcional para o atual ano fiscal, que pode chegar a cerca de US$ 2 milhões, caso ele tenha atingido as metas de desempenho.

Executivos de empresas listadas geralmente recebem pelo menos parte dos prêmios de ações não adquiridos se forem demitidos sem justa causa.

Narasimhan passou menos de dois anos na liderança da Starbucks, para a qual foi escolhido a dedo por Schultz da fabricante de bens de consumo Reckitt Benckiser Group. Niccol lidera o Chipotle desde 2018 e começará na Starbucks em 9 de setembro.

Schultz, de 71 anos, já teve três mandatos como CEO da rede de cafeterias que fundou. Ele atualmente é presidente emérito e tem um patrimônio líquido de US$ 5,5 bilhões, de acordo com o índice de bilionários da Bloomberg.

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