Bloomberg — A receita da Starbucks (SBUX) superou as expectativas no terceiro trimestre, sinalizando que os consumidores não estão abandonando seus lattes, mesmo em condições econômicas difíceis.
As vendas em lojas comparáveis (ou seja, existentes um ano atrás) subiram 8%, superando a estimativa média de 6,3% dos analistas. Um número maior de transações e pedidos maiores impulsionou o aumento, de acordo com os resultados divulgados nesta quinta-feira (2).
As vendas nessa medida de comparação, que acompanha o desempenho de lojas operadas pela empresa abertas por mais de 13 meses, subiram mais rápido do que o esperado nos Estados Unidos e na China, os dois maiores mercados da empresa.
Os investidores estavam em busca de um momentum contínuo na América do Norte, mas tinham dúvidas sobre a recuperação desigual do país asiático, escreveu o analista do UBS, Dennis Geiger, antes do balanço.
As ações subiam cerca de 6% por volta das 8h25 (horário de Brasília) nesta quinta, antes da abertura dos mercados em Nova York. Os papéis acumulavam queda de 7,9% neste ano até o fechamento de quarta-feira (1), ficando atrás do avanço de 10% do índice S&P 500.
“Continuamos confiantes no momentum em todo o nosso negócio e no potencial global”, disse o CEO Laxman Narasimhan em comunicado.
A receita, incluindo novos restaurantes, foi de US$ 9,4 bilhões, superando as expectativas. O lucro foi de US$ 1,06 por ação, também acima do esperado.
A atenção agora se volta para o guidance da empresa para os próximos 12 meses, que a Starbucks deverá informar mais tarde nesta quinta. A rede de cafeterias também fará um evento para investidores no fim do dia, no qual Wall Street busca atualizações sobre a estratégia da empresa.
É o primeiro Investor Day que Narasimhan, que assumiu o comando em março, comandará sem o fundador Howard Schultz ao seu lado.
As estratégias recentes para atrair clientes incluíram o lançamento antecipado de sua linha de outono no hemisfério norte e novos produtos, como bebidas congeladas. Seus clientes também têm pedido cada vez mais comida, aumentando o tamanho das transações.
Além disso, a Starbucks tem buscado melhorar a velocidade no atendimento. A iniciativa impulsionou o crescimento da receita, aumentou a eficiência e impulsionou as margens, disse Narasimhan nesta quinta.
Starbucks no Brasil
A cafeteria americana tem ganhado os holofotes no mercado brasileiro nos últimos dias. Isso porque ela enfrenta dificuldades com a operadora de sua master franquia no Brasil, que acumula uma dívida de R$ 1,8 bilhão e sofre queda sucessiva nas vendas anuais (70% em 2021 e 30% em 2022), além de aumento da concorrência no segmento no país.
Na terça (31), a SouthRock Capital, que representa a Starbucks no Brasil, pediu recuperação judicial (RJ) na Justiça de São Paulo, depois que, no mês passado, a matriz americana a notificou sobre a rescisão dos acordos de licenciamento por falta de pagamento das obrigações presentes nos contratos.
Já no fim da tarde de quarta-feira (1º), o juiz Leonardo Fernandes dos Santos negou o pedido de urgência da SouthRock e determinou perícia nas contas da empresa. O magistrado indicou a Laspros Consultores para elaborar um relatório sobre a situação financeira da SouthRock no prazo máximo de sete dias.
A assessoria da companhia não respondeu imediatamente ao pedido de comentários da Bloomberg Línea. Saiba mais sobre o caso aqui.
-- Com informações da Bloomberg Línea.
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