Starbucks corta 1.100 empregos corporativos em tentativa de acelerar a recuperação

Corte representa cerca de 7% da base global de funcionários de escritório, que trabalham fora das lojas; empresa busca retomar o crescimento

Letreiro na Sede da Starbucks
Por Daniela Sirtori
24 de Fevereiro, 2025 | 03:07 PM

Bloomberg — A Starbucks cortou 1.100 postos de trabalho corporativos, em uma medida que visa aumentar a eficiência e implementar rapidamente mudanças para revitalizar a empresa.

Os cortes representam cerca de 7% da base global de funcionários que trabalham fora das lojas de propriedade da empresa.

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A Starbucks (SBX) não divulga o número de funcionários corporativos que possui, e a maior parte de seus funcionários em todo o mundo trabalha em suas cafeterias.

O CEO Brian Niccol, que assumiu o cargo em setembro em meio à queda nas vendas da gigante de cafeterias, anunciou a reestruturação iminente em janeiro.

Os trabalhadores que deixarão a empresa serão notificados até terça-feira (25), de acordo com um comunicado. Os funcionários da empresa foram convidados a trabalhar remotamente durante toda a semana.

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A Starbucks é a mais recente entre as grandes empresas a cortar camadas de gerenciamento. A Southwest Airlines disse no início deste mês que planeja cortar 15% dos empregos corporativos em sua primeira demissão.

A rede de cafeterias também fechará centenas de cargos em aberto e não preenchidos como parte da reestruturação.

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Os cortes não afetam os trabalhadores das cafeterias ou das operações de armazenamento, fabricação, distribuição e torrefação.

Em setembro, a Starbucks empregava 211.000 pessoas nos Estados Unidos, sendo que 95% trabalhavam em suas mais de 10.000 lojas operadas pela empresa e o restante em funções corporativas e outras.

As proporções são semelhantes fora dos Estados Unidos, onde a empresa empregava 150.000 pessoas.

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Os trabalhadores que perderem seus empregos receberão salário e benefícios até 2 de maio. Depois disso, eles receberão indenização com base no tempo de serviço, de acordo com a Starbucks. Eles também receberão apoio para a transição de carreira, entre outras assistências.

"Reconheço que a notícia é difícil", disse Niccol no anúncio. "Acreditamos que é uma mudança necessária para posicionar a Starbucks para o sucesso futuro."

Retorno ao escritório

A Starbucks começará a exigir que os funcionários de nível de vice-presidente e acima trabalhem nos escritórios de Seattle ou Toronto três dias por semana.

Os funcionários de nível de diretor ou inferior poderão manter seu status remoto, embora a contratação para cargos futuros exija, em sua maioria, a presença em Seattle ou Toronto.

Niccol, o ex-CEO da Chipotle Mexican Grill, agiu rapidamente para implementar mudanças para ajudar as cafeterias a funcionarem melhor, inclusive trazendo de volta as barras de condimentos e limitando a permanência nas lojas apenas para clientes pagantes.

O CEO também desfez várias mudanças de liderança implementadas por seu antecessor e dobrou a política de retorno ao escritório da empresa, alertando que os funcionários que não comparecessem três dias por semana poderiam ser demitidos, informou a Bloomberg News.

No entanto, o próprio acordo de trabalho do CEO, que permite que ele viaje de sua casa na Califórnia para a sede da empresa em Seattle no jato corporativo da empresa, provocou reações contrárias de alguns funcionários e críticos externos. A Starbucks disse que Niccol passará a maior parte do tempo em Seattle ou visitando lojas.

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