Bloomberg — A Southwest Airlines cortará cerca de 1.750 postos de trabalho em seus níveis de liderança, uma medida drástica para reduzir despesas que marca as primeiras demissões na história da companhia aérea.
A redução afetará 15% dos cargos corporativos, incluindo a liderança sênior e os diretores, informou a companhia aérea na segunda-feira em um comunicado. As reduções começam no final de abril e serão "substancialmente concluídas" até o final do segundo trimestre.
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“Esta é uma mudança muito difícil e monumental”, disse o CEO Bob Jordan em uma carta aos trabalhadores. “Com as melhores intenções, o crescimento de nossas funções de liderança e não contratuais ultrapassou o crescimento de nossa operação por muitos anos.”
Os cortes de empregos ampliam a agitação que tomou conta da Southwest durante a maior parte do ano passado, que incluiu uma batalha com a empresa ativista Elliott Investment Management, uma reformulação do conselho e mudanças operacionais significativas.
A empresa aérea está repensando seu famoso modelo de negócios de tamanho único e oferecerá assentos premium e alguns com mais espaço para as pernas após o início dos voos de redeye.
A Southwest há muito tempo se vangloriava de nunca ter tido uma demissão involuntária em uma história que se estende por mais de cinco décadas, mas a companhia aérea tomou medidas para controlar sua força de trabalho.
No mês passado, a empresa interrompeu as contratações para cargos de gerência e na sede e, no ano passado, suspendeu a contratação de pilotos e comissários de bordo. Em novembro, a empresa ofereceu pacotes de compra voluntária ou licenças estendidas a funcionários de aeroportos em 18 cidades, incluindo Los Angeles e Atlanta.
O chefe financeiro e o principal diretor administrativo da companhia aérea também anunciaram suas aposentadorias recentemente.
As ações da Southwest caíram menos de 1% no início das negociações em Nova York na terça-feira. As ações haviam caído 9,9% este ano até 14 de fevereiro, em comparação com um ganho de 4% no índice S&P 500.
A companhia aérea expandiu-se durante a pandemia, acrescentando 18 cidades à sua rede de rotas, na expectativa de que cresceria ao sair da recessão, como havia feito no passado, disse Savanthi Syth, analista da Raymond James.
No entanto, os custos aumentaram, as entregas de aeronaves da Boeing falharam e a empresa aérea foi forçada a suspender seus planos de expansão. A Southwest planeja manter a expansão da capacidade em 1% a 2% ao ano até 2027.
“Há muita gente apontando o dedo para Elliott e para a agressividade do processo, mas infelizmente é algo que precisa ser feito”, disse ela em uma entrevista.
"A Elliott pode ter tido alguma influência, mas a Southwest estava ciente de que algumas coisas precisavam ser feitas. Eles estavam falando em ajustar as operações muito antes de Elliott estar envolvido. Eles estavam reconhecendo que a organização era grande demais."
As demissões podem ter um impacto maior sobre a alardeada cultura da Southwest do que sobre seu plano de redução de custos.
O cuidado que a empresa aérea tem com seus funcionários é parte fundamental da filosofia elaborada pelo cofundador e ex-CEO Herb Kelleher, segundo a qual funcionários satisfeitos levariam a clientes satisfeitos, lucratividade e acionistas satisfeitos da Southwest. O símbolo das ações da companhia aérea é LUV e corações adornam muitos de seus aviões.
Os críticos dizem que a cultura sofreu com o crescimento da companhia aérea, que conquistou a lealdade em parte por não dispensar os funcionários contra a vontade deles após os ataques terroristas de 2001 ou durante a pandemia. No entanto, no passado, os funcionários às vezes tinham que escolher entre o emprego ou a mudança para um novo local.
Aumento dos custos
Embora o desempenho financeiro da companhia aérea tenha melhorado no último trimestre de 2024, ela também alertou, em 30 de janeiro, que os custos subiriam mais rápido do que o esperado, prejudicando os ganhos da forte demanda por viagens de lazer.
A Southwest culpou a “continuação das pressões inflacionárias”, incluindo os onerosos contratos de trabalho ratificados no ano passado.
A Southwest espera economizar US$ 210 milhões este ano com os recém-anunciados cortes de empregos e US$ 300 milhões no próximo ano. Ela incorrerá em uma despesa única neste trimestre de US$ 60 milhões a US$ 80 milhões.
"Mudar a forma como trabalhamos é uma parte essencial para nos tornarmos uma empresa mais ágil, e será uma jornada", disse Jordan na nota aos funcionários. "Estamos construindo uma organização mais enxuta com maior clareza em relação ao que é mais importante."
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