Bloomberg — Os trabalhadores sindicalizados da Anheuser-Busch InBev (BUD) votaram de forma esmagadora a favor de autorizar uma greve nas 12 cervejarias da empresa nos Estados Unidos, alegando que a empresa tem atrasado as negociações sobre uma questão fundamental do contrato.
A AB InBev é a maior cervejaria do mundo e opera sob o controle do trio de bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira desde 2008, com a fusão da InBev com a Anheuser-Busch.
O equivalente a 99% dos membros do sindicato Teamsters votaram a favor de greves na maior cervejaria do mundo se um novo contrato não for garantido até o fim de fevereiro de 2024, quando o acordo atual expira, conforme declarou o sindicato em um comunicado neste sábado (16).
Os trabalhadores pedem salários mais altos, melhores benefícios de saúde e aposentadoria, além de proteções no emprego para os seus 5.000 trabalhadores na AB InBev.
“Se os executivos da Anheuser-Busch não conseguirem chegar a um acordo que respeite os trabalhadores, veremos eles nas ruas”, disse o presidente do Teamsters, Sean M. O’Brien.
O Teamsters e a cervejaria, que fabrica marcas como a Budweiser e a Stella Artois, tinham chegado a um acordo preliminar para encerrar o sistema de saúde escalonado e sobre a restauração dos benefícios de saúde para aposentados, de acordo com o comunicado.
No entanto o sindicato afirma que a empresa “tem atrasado as negociações sobre questões importantes de segurança no emprego desde meados de novembro, apesar de pedidos repetidos”.
“A Anheuser-Busch está ciente da votação de autorização de greve do Teamsters, o que é comum durante negociações trabalhistas. Estamos comprometidos em negociar de boa-fé com o sindicato para chegar a um acordo que reconheça e recompense o talento, o compromisso e a dedicação de nossos funcionários”, disse um porta-voz da AB InBev.
Atualmente, não há datas definidas para as negociações, afirmou o sindicato.
A votação do Teamsters ocorreu em meio a um ressurgimento do ativismo trabalhista nos Estados Unidos. Impulsionados pelo mercado de trabalho “apertado” e agitado pelo impacto da inflação e pelos riscos enfrentados durante a pandemia, os trabalhadores sindicalizados conquistaram uma série de vitórias, incluindo nas três grandes montadoras de Detroit - GM, Ford e Stellantis.
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