Shein registra pedido de IPO de forma confidencial em Londres, dizem fontes

Varejista de moda online apresentou documentos às autoridades do Reino Unido para uma possível listagem; oferta poderia avaliar a empresa em cerca de US$ 63 bilhões

Sede da Shein em Singapura
Por Swetha Gopinath
24 de Junho, 2024 | 10:46 AM

Bloomberg — A varejista de moda online Shein apresentou documentos confidenciais às autoridades do Reino Unido para uma potencial listagem em Londres, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

O momento de uma oferta pública inicial (IPO), que provavelmente seria a maior de Londres em mais de uma década, não estava imediatamente claro, já que a Shein ainda aguarda aprovação do regulador de valores mobiliários da China, disseram as pessoas.

Um IPO poderia avaliar o gigante da moda rápida em cerca de 50 bilhões de libras (US$ 63,3 bilhões), informou a Bloomberg News neste mês.

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As preparações não significam necessariamente que um IPO é iminente, acrescentaram as pessoas. Embora o objetivo seja uma listagem no segundo semestre, não há garantia de que a empresa seguirá com um IPO em Londres, disse uma das pessoas.

Representantes da Shein e da Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla em inglês) recusaram-se a comentar. A Reuters informou anteriormente sobre a apresentação confidencial da Shein.

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O IPO da Shein representaria uma vitória para Londres, que tem ficado de fora da retomadas dos IPOs na Europa neste ano. A listagem ajudaria Londres a recuperar uma parte do valor de mercado que perdeu depois que empresas mudaram suas listagens primárias para Nova York.

A secretária de Negócios do Reino Unido, Kemi Badenoch, e o representante da oposição que tem posição análoga no Partido Trabalhista, Jonathan Reynolds, discutiram a perspectiva de uma listagem da Shein como parte do debate eleitoral da Bloomberg na segunda-feira.

Reynolds, que confirmou ter realizado reuniões com executivos da Shein, disse que uma listagem no Reino Unido é uma boa maneira de garantir que uma empresa cumpra os altos padrões da Grã-Bretanha.

“Se eles estão fazendo negócios no Reino Unido, devemos buscar regulá-los a partir do Reino Unido”, disse ele na segunda-feira no debate na sede europeia da Bloomberg em Londres.

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Badenoch disse que não se encontrou com a Shein e destacou preocupações sobre a brecha fiscal que a empresa usa ao enviar mercadorias diretamente aos clientes, bem como as alegações sobre práticas de trabalho na China.

A empresa — que vende itens como camisetas e maiôs por apenas US$ 2 — terá que conquistar investidores cada vez mais focados em questões ambientais, sociais e de governança (ESG). Ela contratou um novo chefe global de ESG há vários anos, que tem trabalhado para fortalecer a sustentabilidade e mudar a imagem da empresa.

Fundada na China e agora sediada em Singapura, a Shein procurou abrir capital em Londres após julgar improvável que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) aprovasse um IPO em Nova York, informou a Bloomberg News em fevereiro.

A FCA tem o poder de recusar pedidos de IPO se o órgão regulador considerar que seria prejudicial aos interesses dos investidores.

A empresa também foi incluída no escopo das regras emblemáticas da União Europeia, destinadas a reprimir o conteúdo ilegal e prejudicial online, visando parar a disseminação de itens falsificados na plataforma, informou a Bloomberg News em abril.

Na época, a Shein afirmou que a empresa compartilha “a ambição da comissão” e está “comprometida em desempenhar o nosso papel.”

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