Shein aumenta preços médios nos EUA de 30% a 50% antes de início de tarifas

Reajuste que havia sido sinalizado pela gigante do e-commerce foi abrangente, com altas maiores para produtos de beleza e saúde e de casa e cozinha, segundo levantamento da Bloomberg News nesta sexta (25)

A Shein e outras gigantes de e-commerce da China estão no alvo das tarifas comerciais de Trump (Foto: Paulo Nunes dos Santos/Bloomberg)
Por Bloomberg News
27 de Abril, 2025 | 08:48 AM

Bloomberg — A gigante de fast fashion Shein aumentou os preços de seus produtos nos Estados Unidos, de vestidos a utensílios de cozinha, antes da iminência de tarifas sobre pequenas encomendas, em um sinal inicial do efeito potencial da guerra comercial sobre os consumidores americanos.

A maior parte dos aumentos nos preços dos EUA ocorreu na sexta-feira (25), com reajustes significativos em algumas categorias em relação a outras, de acordo com dados compilados pela Bloomberg News.

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O preço médio dos 100 principais produtos da categoria de beleza e saúde aumentou 51% em relação a quinta-feira (24), com vários dos itens mais do que dobrando de preço.

Para os produtos de casa e cozinha e brinquedos, o salto médio foi de mais de 30%, liderado por um aumento massivo de 377% no preço de um conjunto de 10 peças de toalhas de cozinha. Para roupas femininas, o aumento foi de 8%.

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Os maiores aumentos observados na sexta-feira (25) em relação ao dia anterior, segundo levantamento da Bloomberg News

Plataformas asiáticas de comércio eletrônico, como Shein e Temu, enfrentam uma tarifa de 120% sobre muitos de seus produtos devido à decisão do governo dos EUA de acabar com a isenção “de minimis” para pequenos pacotes da China continental e de Hong Kong.

Nos últimos anos, os exportadores aproveitaram a isenção, que permitia que mercadorias avaliadas em menos de US$ 800 entrassem nos EUA sem tarifas ou taxas alfandegárias.

Washington também aumentará a taxa por item postal para mercadorias que entrarem depois de 2 de maio para US$ 100 e ainda mais depois de 1º de junho.

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Recentemente, em 21 de abril, o presidente Donald Trump disse em uma postagem na mídia social que “praticamente não há inflação” devido à queda dos preços da energia e dos alimentos.

Mas o aumento de preços da Shein reflete os esforços mais recentes dos varejistas online chineses para repassar pelo menos parte dos custos extras de importação para os consumidores dos EUA.

Em fevereiro, para se proteger da política tarifária de Trump, a Shein ofereceu incentivos a alguns de seus fornecedores chineses para que estabelecessem capacidade de produção no Vietnã.

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A Temu queria que as fábricas chinesas enviassem seus próprios produtos a granel diretamente para os armazéns americanos, adotando o que ela chamou de estrutura de “meia-custódia”.

A Temu e a Shein notaram que as vendas se recuperaram em março e no início de abril, já que os compradores americanos estocaram de tudo, de pincéis de maquiagem a eletrodomésticos, antes que os aumentos de preços provocados pelas tarifas se estabelecessem, segundo dados da Bloomberg.

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Ambas as empresas anunciaram no início deste mês que aumentariam os preços nos EUA.

Em geral, os preços subiram cerca de 10% para a Shein nos EUA de 24 a 26 de abril, com base em um carrinho de compras de amostra preenchido pela Bloomberg News com 50 itens de uma série de categorias.

Durante o período, 7 dos 50 itens da amostra foram retirados da lista nos EUA. Em contrapartida, os preços da Shein no Reino Unido permaneceram praticamente inalterados e nenhum item foi retirado da lista.

Dos 43 itens ainda disponíveis no carrinho dos EUA, 30 tiveram um aumento de preço de mais de 10% nos dois dias.

Embora os ajustes de preços mais amplos tenham ocorrido na sexta-feira, alguns produtos já haviam se tornado mais caros.

Os preços de dezenas dos principais produtos da categoria de roupas femininas na Shein aumentaram em 22 de abril, elevando o preço médio dos 100 principais itens para US$ 9,06, ante US$ 8,68, um aumento de mais de 4%.

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