Setor de conhaque é abalado por tarifas da China, e empresas pedem negociações

Fabricantes dizem que tarifas antidumping da China levaram a perdas de 50 milhões de euros por mês; indústria pede medidas do governo da França

Barris de conhaque
Por Angelina Rascouet
22 de Fevereiro, 2025 | 10:12 AM

Bloomberg — Os fabricantes de conhaque pediram que o governo francês entre em negociações com a China para resolver as tensões comerciais bilaterais que levaram a perdas mensais de 50 milhões de euros (US$ 52 milhões) para o setor.

A China impôs taxas sobre a bebida alcoólica francesa em outubro, alegando práticas de dumping. Além disso, a bebida está atualmente excluída do canal de distribuição duty free na China, disse a associação da indústria de conhaque BNIC em um comunicado na sexta-feira (21).

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As medidas levaram a uma queda de 50% nos embarques mensais para a China, de acordo com o grupo. O conhaque é produzido apenas na França.

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"Pedimos solenemente ao governo que cumpra seus compromissos: uma negociação iminente com a China para suspender todas as restrições que estão pesando sobre nosso setor, o mais rápido possível", disse o grupo.

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"A cada mês que passa, perdemos mais de 50 milhões de euros e isso está levando a um desastre econômico e social que já é perceptível", acrescentou o presidente da organização, Florent Morillon.

O grupo disse que o presidente francês Emmanuel Macron prometeu, em novembro, tentar abrir negociações com a China, e que o primeiro-ministro visitaria o país no início deste ano.

“Até o momento, nenhuma data foi definida para essa visita, e as negociações ainda não começaram ou sequer foram preparadas”, disse o BNIC.

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Os três maiores fabricantes de conhaque são a Hennessy, da LVMH, a Pernod Ricard e a Remy Cointreau.

Os produtores de conhaque enviaram 32 milhões de garrafas para a China em 2023, de acordo com dados da associação do setor. A nação asiática representou seu segundo maior mercado depois dos EUA naquele ano.

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