Bloomberg — Os fabricantes de conhaque pediram que o governo francês entre em negociações com a China para resolver as tensões comerciais bilaterais que levaram a perdas mensais de 50 milhões de euros (US$ 52 milhões) para o setor.
A China impôs taxas sobre a bebida alcoólica francesa em outubro, alegando práticas de dumping. Além disso, a bebida está atualmente excluída do canal de distribuição duty free na China, disse a associação da indústria de conhaque BNIC em um comunicado na sexta-feira (21).
As medidas levaram a uma queda de 50% nos embarques mensais para a China, de acordo com o grupo. O conhaque é produzido apenas na França.
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"Pedimos solenemente ao governo que cumpra seus compromissos: uma negociação iminente com a China para suspender todas as restrições que estão pesando sobre nosso setor, o mais rápido possível", disse o grupo.
"A cada mês que passa, perdemos mais de 50 milhões de euros e isso está levando a um desastre econômico e social que já é perceptível", acrescentou o presidente da organização, Florent Morillon.
O grupo disse que o presidente francês Emmanuel Macron prometeu, em novembro, tentar abrir negociações com a China, e que o primeiro-ministro visitaria o país no início deste ano.
“Até o momento, nenhuma data foi definida para essa visita, e as negociações ainda não começaram ou sequer foram preparadas”, disse o BNIC.
Os três maiores fabricantes de conhaque são a Hennessy, da LVMH, a Pernod Ricard e a Remy Cointreau.
Os produtores de conhaque enviaram 32 milhões de garrafas para a China em 2023, de acordo com dados da associação do setor. A nação asiática representou seu segundo maior mercado depois dos EUA naquele ano.
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