Bloomberg Línea — O Santander Brasil (SANB11) deu início, como de costume, à temporada de balanços trimestrais para os grandes bancos brasileiros. A operação do banco espanhol teve um lucro líquido de R$ 3,85 bilhões no quarto trimestre de 2024, acima dos R$ 3,7 bilhões esperados pelo mercado segundo o consenso de analistas consultados pela Bloomberg.
O resultado divulgado nesta manhã de quarta-feira (5) representa um crescimento de 74,9% na base anual e de 5,2% em três meses. Já o lucro anual do banco foi de R$ 13,87 bilhões – um avanço de 47,8% em relação ao resultado apurado em 2023.
O ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), principal indicador de rentabilidade do banco, foi de 17,6% no quarto trimestre, uma melhora de 5,3 pontos percentuais em 12 meses e de 0,6 ponto frente ao terceiro trimestre.
“Ao longo dos últimos três anos, evoluímos na construção de um balanço mais sólido, com maior previsibilidade e rentabilidade sustentável”, afirmou, em nota, Mario Leão, CEO do Santander Brasil.
“Temos uma visão consistente, de longo prazo, e uma estratégia clara para crescer e apoiar nossos clientes em qualquer tipo de cenário.”
No último trimestre de 2024, o banco ampliou em 16% a margem financeira em base anual, para R$ 15,97 bilhões. O crescimento frente ao terceiro trimestre foi de 4,9%. As receitas com comissões, por sua vez, cresceram 10,1% em 12 meses e 3,4% na comparação trimestral, alcançando R$ 5,5 bilhões.
As despesas do banco somaram R$ 6,8 bilhões, alta de 2,8% frente à mesma janela do ano anterior e avanço de 2,8% contra o terceiro trimestre de 2024.
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Carteira de crédito e inadimplência
A carteira ampliada de crédito somou R$ 682,7 bilhões no período. O resultado representou um ganho de 6,2% em 12 meses e de 2,9% na comparação anual.
O Santander Brasil ressaltou o avanço do crédito na frente de PMEs (pequenas e médias empresas), que alcançou R$ 84 bilhões, com expansão de 9% no ano e 5% no trimestre.
O segmento de pessoa física, por sua vez, atingiu R$ 271 bilhões, com aumento de 6% em 12 meses e de 1% frente ao último trimestre.
Já a frente de financiamentos somou uma carteira de R$ 83 bilhões - o crescimento de 19% no ano foi impulsionado pelos R$ 73,4 bilhões no portfólio de veículos, que avançou 20% no período.
Os índices de inadimplência acima de 90 dias ficaram em 3,2%, um resultado estável no trimestre e de leve alta ante os 3,1% apurados ao fim de 2023. A alta veio do segmento de pessoa jurídica, que apresentou deterioração de 0,2 ponto percentual.
O nível de provisões para devedores duvidosos (PDD) caiu para R$ 5,932 bilhões, recuo de 0,8%. No ano, a baixa foi de 13,2% devido à constituição de provisão para um caso específico no atacado no quarto trimestre do ano anterior. Sem esse efeito, a PDD teria caído 2,8% em comparação anual.
As units do Santander Brasil acumulam alta de 7,37% neste ano de 2025, ante uma alta de 4,18% do Ibovespa no período.
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