Santander Brasil eleva lucro e rentabilidade com maior captação e crédito no 2⁰ tri

Operação do banco espanhol melhora margem financeira e receitas com comissões, além de reportar que a inadimplência ficou sob controle. Base de clientes com ‘principalidade’ cresce 13%

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Bloomberg Línea — Primeiro dos grandes bancos a divulgar o resultado financeiro do segundo trimestre, o Santander Brasil (SANB11) apresentou um crescimento do lucro acima do esperado, em reflexo de uma performance positiva das receitas e da qualidade dos ativos.

A margem financeira teve uma melhora diante de um incremento dos volumes de crédito e captação. Da mesma forma, as receitas com comissões avançaram.

O relatório da filial do banco espanhol, divulgado na manhã desta quarta-feira (24), apontou um lucro líquido recorrente de R$ 3,3 bilhões, um aumento de 10,3% e de 44,3% nos comparativos trimestral e anual, respectivamente.

A cifra veio acima das expectativas do mercado (R$ 3,1 bilhões, segundo consenso da Bloomberg). Já a rentabilidade medida pelo ROAE (retorno sobre o patrimônio líquido médio) recorrente evoluiu para 15,5%. Isso representa uma alta de 1,4 ponto percentual (p.p.) em três meses e de 4,3 p.p. em 12 meses.

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“A margem financeira teve incremento de 10,6% ante o mesmo período de 2023, com destaque para a margem com mercados, com a recuperação esperada e os resultados positivos nos primeiros seis meses do ano, apesar da volatilidade no período”, avaliou o CFO do banco, Gustavo Alejo, no documento.

Em relação ao primeiro trimestre, a margem financeira (R$ 14,8 bilhões) registrou, no entanto, uma queda de 0,3%. Já a margem com clientes cresceu 3%, reflexo do crescimento da carteira que mais do que compensou o menor resultado de captação, dada a queda da taxa Selic no período, segundo o executivo.

O banco também emprestou mais no segundo trimestre.

A carteira ampliada de crédito totalizou R$ 665,6 bilhões em junho, um aumento de 1,8% e de 7,8% nos comparativos trimestral e anual, respectivamente.

Já a expansão de captações de recursos de investimentos foi apontada como uma das principais alavancas de crescimento do Santander. O saldo de captações somou R$ 642,4 bilhões (+3% em três meses e +9,8% em 12 meses), com maior representatividade do varejo.

“Expandimos a nossa base de clientes vinculados em 5% YoY [ano contra ano], totalizando 9,1 milhões, enquanto a base total atingiu 67,2 milhões, aumento de 6% YoY. Em clientes com principalidade PF crescemos 13% ao ano”, disse sobre aqueles que fazem do Santander o seu principal banco.

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O CEO do Santander Brasil, Mario Leão, destacou o plano de expansão de captações em curso. Em junho, o banco alcançou o total de 1.700 assessores, com ambição de aumentar para 2.000 nos próximos meses. No segundo trimestre, a captação líquida média por assessor atingiu R$ 4,2 milhões, um aumento anual de 95%.

“Em qualidade de crédito, a melhora da PDD [provisão para devedores duvidosos], somada à expansão da carteira, resultou na redução do custo de crédito. Os índices de inadimplência permanecem controlados, com destaque para a performance em pessoa física, em que o índice de curto prazo alcançou o melhor patamar desde 2022″, citou Leão.

Estratégia em benefícios corporativos

A receita com comissões cresceu 6,1% em três meses e 17,5% em 12 meses, totalizando R$ 5,2 bilhões, refletindo a diversificação de portfólio.

“A disciplina na busca por uma maior diversificação das fontes de receita visa uma perspectiva de resultados mais balanceada entre crédito e serviços. Nesse sentido as receitas com comissões cresceram 17,5% versus o 2T23, com as contribuições positivas em praticamente todas as linhas de negócios”, explicou o CFO.

O Santander Brasil também fez referência ao reforço de balanço realizado em decorrência de resultado obtido da parceria estratégica no setor de benefícios.

No segundo trimestre, o banco concluiu a operação de joint venture da sua empresa de benefícios corporativos, a Ben, com a Pluxee Brasil, um investimento estratégico do qual a instituição detém 20% de participação.

“Este negócio nos possibilitará expandir nossa posição no mercado de benefícios corporativos, além de fomentar ainda mais nossa oferta em folha de pagamento, agregando mais valor aos cliente”, disse o CEO.

O banco fechou o primeiro semestre com 55.091 funcionários (uma redução de 119 postos em três meses e de 80 em 12 meses) e 2.507 lojas e pontos de atendimento (81 a menos do que em março e menos 380 em 12 meses).

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