Bloomberg — O governo de São Paulo busca um acionista estratégico com know-how em governança e gestão para a Sabesp (SBSP3), afirmou Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do estado e responsável pela privatização, em entrevista à Bloomberg News.
“A partir do momento que não tivermos as amarras estatais, precisaremos de know-how, expertise para suprir essa lacuna, esse gap”, disse a secretária. “Queremos aproveitar um acionista que tenha know-how de gestão e governança para alcançar objetivos que pautamos desde o início, é o perfil que procuramos.”
Segundo Natália, a “documentação de governança” com as regras do modelo de desestatização será divulgada assim que a consulta pública for concluída e o contrato for enviado aos municípios sob fornecimento da empresa, o que está previsto para acontecer nas próximas semanas.
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Ela disse que o governo deixará as regras claras e que “todas as hipóteses” de incorporação de acionistas estratégicos – “não necessariamente no singular” – estão em análise.
“Queremos um processo simples, objetivo e com foco no acionista de referência, que gere o menor questionamento”, afirmou. Ela acrescenta que o governo é capaz de mitigar riscos do processo e que o Tribunal de Contas do Estado não deverá ser um problema se o governo conseguir justificar as razões da sua escolha.
Janela de IPO
A secretária reforçou que o governo quer aproveitar uma eventual “janela de IPO” de maio a agosto, para que a empresa possa utilizar os lucros já divulgados. “Em meados do ano a gente fecha e aperta o gatilho”, afirmou.
Ela reforçou a disposição do governo paulista de ficar com uma fatia de 15% a 30% da empresa – o percentual final também deverá ser divulgado no documento de governança.
O estado fixou uma golden share e quer manter participação na Sabesp como forma de garantir a “universalização” dos serviços até 2033.
Há, contudo, uma preocupação de “não ter influência excessiva” na empresa, disse Natália.
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