Royal Caribbean vê retomada de cruzeiros e ação da empresa sobe 120% no ano

Forte demanda de turistas tem impulsionado os negócios das empresas do setor, mas a Royal Caribbean Cruises tem sido uma das mais beneficiadas

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Bloomberg — A forte demanda de turistas dispostos a pagar mais pelas reservas de cruzeiros impulsionou as ações da Royal Caribbean Cruises (RCL) para o nível mais alto desde que o coronavírus causou um golpe existencial em seu negócio no início de 2020.

As ações subiram 6,1% nesta semana, estendendo o rali da operadora com sede em Miami para 120% neste ano e levando as ações para seu nível mais alto desde fevereiro de 2020.

O último impulso veio na quinta-feira, depois que a operadora de cruzeiros registrou o segundo lucro líquido trimestral desde que a pandemia eliminou US$ 24 bilhões em valor de mercado da empresa quando as ações despencaram 83% no início de 2020.

Isso se deve à resiliência do consumidor dos EUA, ainda com dinheiro em abundância dos programas de estímulo do governo e se beneficiando de um dos mercados de trabalho mais aquecidos já registrados. A demanda por viagens em cruzeiros aumentou, mesmo depois de as operadoras aumentarem os preços das reservas para compensar os custos crescentes.

As vendas do segundo trimestre da Royal Caribbean superaram as estimativas e a empresa elevou sua previsão de lucro para o ano cheio além das projeções de Wall Street, seguindo um ótimo desempenho para o setor este ano. As ações da empresa concorrente Carnival também mais que dobraram em 2023, enquanto a Norwegian Cruise Line Holdings subiu 76%.

“Ainda é cedo para vender cruzeiros, especialmente RCL, em nossa opinião”, escreve Brandt Montour, analista do Barclays Capital. “O ímpeto de preços está acelerando, com muito espaço antes que os preços da RCL (ou da indústria) voltem à sua diferença histórica em relação às férias em terra.”

As ações da Royal Caribbean fecharam sexta-feira a US$109, cerca de 20% abaixo do recorde estabelecido em janeiro de 2020. A Norwegian e a Carnival estão pelo menos 60% abaixo de seus picos no início de 2020.

Uma diferença importante entre as três é que a Royal Caribbean tem um endividamento mais favorável, especialmente porque as empresas que se endividaram para se manterem solventes quando a pandemia forçou os navios a entrarem em docas secas têm que renovar os empréstimos com taxas de juros significativamente mais altas.

A Royal Caribbean, por sua vez, possui mais liquidez do que vencimentos neste ano e no próximo, de acordo com a analista Robin Farley, do UBS Securities. Ela tem classificações de compra para Royal Caribbean e Carnival e uma visão neutra para a Norwegian.

O analista Siye Desta, da CFRA, observa que a Royal Caribbean atende a uma base de consumidores de maior poder aquisitivo em comparação com a Carnival e a Norwegian, permitindo que a empresa cobre mais sem excluir seus clientes principais.

O resultado é que “as margens são maiores do que eram em 2019, o que é algo que os outros operadores de cruzeiros não conseguiram alcançar”, disse Desta, que tem uma classificação de compra para a ação. Ele recentemente rebaixou a Carnival para manter, saindo de compra, citando o potencial de tendências de reservas e custos mais fracos.

Por enquanto, o apetite dos investidores pelos três maiores operadores de navios permanece robusto. A Carnival e a Norwegian também tiveram semanas positivas, com alta de 3,4% e 2,4%, respectivamente. Wall Street voltará sua atenção para a Norwegian, que divulgará seus resultados trimestrais em 1º de agosto. O desempenho sólido da Royal Caribbean e a orientação elevada “certamente” elevam o padrão para a Norwegian, disse Farley.

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