Bloomberg — A Rio Tinto e a Glencore têm discutido a combinação de seus negócios, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, no que pode resultar no maior acordo do setor, com o potencial de remodelar o cenário global de mineração.
Rio Tinto e Glencore recentemente mantiveram conversas iniciais sobre um acordo, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas discutindo informações confidenciais. Não está claro se as conversas ainda estão ativas.
Representantes da Rio Tinto e da Glencore não quiseram comentar.
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A Rio Tinto é a segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado, com cerca de US$ 103 bilhões no fechamento das negociações em Londres na quinta-feira (16), enquanto a Glencore foi avaliada em cerca de US$ 55 bilhões.
A combinação das duas empresas criaria potencialmente um gigante para ultrapassar a líder em valor de mercado do setor, o grupo BHP, que vale cerca de US$ 126 bilhões.
Os recibos de depósito americanos da Rio Tinto caíram, enquanto a Glencore deu um salto.
Onda de negociações
O setor de mineração tem sido marcado por uma onda de negociações nos últimos dois anos, impulsionada em grande parte pelo desejo dos maiores produtores de expandir o cobre -- um metal chave para os esforços de descarbonização do mundo.
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Tanto a Glencore quanto a Rio Tinto possuem algumas das maiores minas de cobre do mundo. No entanto, a Rio Tinto - assim como a BHP - ainda depende muito do minério de ferro para impulsionar seus lucros, em um momento em que o boom de construção de décadas da China está chegando ao fim e o mercado de minério de ferro parece estar caminhando para um longo período de fraqueza.
A Glencore, que propôs anteriormente uma fusão com a Rio Tinto em 2014, tem sido uma das negociadoras mais agressivas do setor. Seu ex-CEO Ivan Glasenberg, que liderou a abordagem anterior à Rio Tinto, ainda possui quase 10% da empresa.
A Glencore fez uma oferta malsucedida para comprar a Teck Resources em 2023, mas, em vez disso, aceitou a unidade de carvão da empresa menor. No ano passado, a BHP tentou comprar a Anglo American em um negócio de US$ 49 bilhões -- forçando a Anglo a acelerar uma revisão de seus negócios como parte de sua estratégia de defesa -- antes de sair de mãos vazias.
A compra da Glencore daria à Rio Tinto uma participação na mina de Collahuasi, no Chile, um dos depósitos mais ricos, que a empresa vem cobiçando há mais de uma década.
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A Glencore também opera um dos maiores negócios de comércio de commodities do mundo, comprando, vendendo e transportando grandes volumes de metais, carvão e petróleo.
Uma combinação com a Rio Tinto levantaria questões sobre os ativos de mineração de carvão da Glencore, que é um negócio do qual a Rio Tinto saiu há vários anos. A Glencore também é a maior transportadora de carvão térmico do mundo e uma das maiores produtoras de carvão de coque.
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