Rio Tinto e Glencore discutem negócio que pode criar gigante de US$ 158 bilhões

A união das duas empresas pode resultar no maior acordo da mineração e criaria potencialmente um gigante para ultrapassar o líder de longa data do setor, o BHP Group, que vale cerca de US$ 126 bilhões.

Acordo poderia resultar no maior negócio da história do setor de mineração
Por Archie Hunter - Thomas Biesheuvel - Dinesh Nair
16 de Janeiro, 2025 | 05:22 PM

Bloomberg — A Rio Tinto e a Glencore têm discutido a combinação de seus negócios, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, no que pode resultar no maior acordo do setor, com o potencial de remodelar o cenário global de mineração.

Rio Tinto e Glencore recentemente mantiveram conversas iniciais sobre um acordo, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas discutindo informações confidenciais. Não está claro se as conversas ainda estão ativas.

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Representantes da Rio Tinto e da Glencore não quiseram comentar.

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A Rio Tinto é a segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado, com cerca de US$ 103 bilhões no fechamento das negociações em Londres na quinta-feira (16), enquanto a Glencore foi avaliada em cerca de US$ 55 bilhões.

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A combinação das duas empresas criaria potencialmente um gigante para ultrapassar a líder em valor de mercado do setor, o grupo BHP, que vale cerca de US$ 126 bilhões.

Os recibos de depósito americanos da Rio Tinto caíram, enquanto a Glencore deu um salto.

Onda de negociações

O setor de mineração tem sido marcado por uma onda de negociações nos últimos dois anos, impulsionada em grande parte pelo desejo dos maiores produtores de expandir o cobre -- um metal chave para os esforços de descarbonização do mundo.

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Tanto a Glencore quanto a Rio Tinto possuem algumas das maiores minas de cobre do mundo. No entanto, a Rio Tinto - assim como a BHP - ainda depende muito do minério de ferro para impulsionar seus lucros, em um momento em que o boom de construção de décadas da China está chegando ao fim e o mercado de minério de ferro parece estar caminhando para um longo período de fraqueza.

A Glencore, que propôs anteriormente uma fusão com a Rio Tinto em 2014, tem sido uma das negociadoras mais agressivas do setor. Seu ex-CEO Ivan Glasenberg, que liderou a abordagem anterior à Rio Tinto, ainda possui quase 10% da empresa.

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A Glencore fez uma oferta malsucedida para comprar a Teck Resources em 2023, mas, em vez disso, aceitou a unidade de carvão da empresa menor. No ano passado, a BHP tentou comprar a Anglo American em um negócio de US$ 49 bilhões -- forçando a Anglo a acelerar uma revisão de seus negócios como parte de sua estratégia de defesa -- antes de sair de mãos vazias.

A compra da Glencore daria à Rio Tinto uma participação na mina de Collahuasi, no Chile, um dos depósitos mais ricos, que a empresa vem cobiçando há mais de uma década.

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A Glencore também opera um dos maiores negócios de comércio de commodities do mundo, comprando, vendendo e transportando grandes volumes de metais, carvão e petróleo.

Uma combinação com a Rio Tinto levantaria questões sobre os ativos de mineração de carvão da Glencore, que é um negócio do qual a Rio Tinto saiu há vários anos. A Glencore também é a maior transportadora de carvão térmico do mundo e uma das maiores produtoras de carvão de coque.

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