Revolut alcança valuation de US$ 45 bi e descola de pares entre fintechs

Nova avaliação foi calculada a partir de uma venda secundária de ações que deu liquidez a seus funcionários; valuation anterior havia sido de US$ 33 bilhões em 2021

Escritório em Londres da Revolut, que confirmou o seu status de fintech mais valiosa da Europa com uma venda de ações no mercado secundário (Foto: Divulgação)
Por Aisha Gani
16 de Agosto, 2024 | 02:54 PM

Bloomberg — A Revolut disse nesta sexta-feira (15) que uma venda secundária de ações que permitiu à empresa dar aos funcionários liquidez para suas participações avaliou a fintech em US$ 45 bilhões.

A rodada foi liderada pelos investidores Coatue, D1 Capital Partners e Tiger Global, de acordo com um comunicado. O Morgan Stanley atuou como único agente de colocação no negócio.

A nova avaliação é 36% superior ao valor de US$ 33 bilhões que a Revolut obteve em 2021. E representa uma exceção em um momento em que muitos dos unicórnios - startups com valuation igual ou superior a US$ 1 bilhão - ou estão sem acertar novas rodadas de captação ou tiveram down rounds.

A fintech que originalmente se destacou pela sua plataforma com serviços de câmbio com conversão automática para dezenas de moedas hoje oferece uma gama mais ampla de produtos, o que tem favorecido o aumento das receitas por clientes e, consequentemente, o engajamento dos mesmos.

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A Revolut conta atualmente com mais de 45 milhões de clientes no mundo e está em uma fase de crescimento acelerado. Em 2023, teve receitas de US$ 2,2 bilhões, o que representou um aumento de 95%, e um lucro antes de impostos de US$ 545 milhões, recorde para a fintech.

A empresa preservou sua trajetória de expansão acelerada no primeiro semestre de 2024, com um aumento anual na receita de mais de 80%, além de ganhos de rentabilidade.

O Brasil é um dos principais mercados da Revolut, sendo liderada desde o seu começo no país pelo executivo Glauber Mota, egresso da área de consumer banking do BTG Pactual.

Operação sem ter que captar

Diferentemente de muitos de seus rivais na indústria de fintechs, a Revolut não teve que levantar dinheiro nos últimos anos, o que permitiu evitar as quedas acentuadas no valuation que muitos de seus pares sofreram, em uma conjuntura de taxas de juros mais elevadas e menor liquidez.

O Klarna, por exemplo, foi avaliado pela última vez em US$ 6,7 bilhões em uma rodada de financiamento em 2022, o que foi muito abaixo do valuation de US$ 45,6 bilhões que havia recebido dos investidores apenas um ano antes.

A fintech que opera com o Buy Now, Pay Later, com sede em Estocolmo, também está em negociações iniciais com investidores para avaliar seu interesse em comprar ações existentes da empresa no mercado secundário.

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O comunicado da Revolut encerra um processo em que a empresa estava em negociações com investidores para vender cerca de US$ 500 milhões em ações existentes, segundo informou anteriormente a Bloomberg News.

O anúncio também ocorre poucas semanas depois que a Revolut recebeu uma licença bancária há muito esperada dos órgãos reguladores do Reino Unido.

A Coatue tem um “alto nível de convicção” em seu investimento na Revolut, disse Philippe Laffont, fundador e gestor de portfólio da empresa de investimentos, no comunicado. O CEO da Revolut, Nik Storonsky, disse que estava “encantado” em fornecer liquidez aos funcionários.

- Com informações da Boomberg Línea.

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