Bloomberg — A Renault busca um prêmio por sua participação na Nissan caso a Honda assuma o controle da montadora japonesa rival, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Representantes da montadora francesa, que detém 36% da Nissan, viajaram para o Japão no início desta semana para expressar suas preocupações sobre como um acordo pode ser estruturado, disseram as pessoas, que não quiseram se identificar porque as negociações são privadas.
A Renault quer garantir que o valor da Nissan seja totalmente reconhecido, independentemente da natureza exata de uma combinação, disseram eles.
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Embora os executivos da Honda e da Nissan tenham chamado a transação planejada de fusão, o acordo prolongado equivale efetivamente a uma aquisição da Nissan. A Honda assumiria a liderança na formação da nova entidade e nomearia a maioria de seus diretores.
“Como principal acionista da Nissan, a Renault considerará todas as opções com base no melhor interesse do grupo e de seus acionistas”, disse um porta-voz da empresa, que se recusou a fazer mais comentários.
Os representantes da Nissan e da Honda não responderam aos pedidos de comentários fora do horário comercial.
A Honda e a Nissan buscam se manter em um setor automobilístico global cada vez mais competitivo. Elas competem com as montadoras domésticas em ascensão na China, que está passando à frente do Japão como a maior nação exportadora de automóveis do mundo.
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A união tem o objetivo de ajudar as empresas com maior escala e sinergias.
A participação acionária da Renault na Nissan é um resquício de sua aliança de longa data, que também inclui a Mitsubishi.
As duas empresas desfizeram parcialmente sua parceria estratégica de 25 anos em meio a rivalidades crescentes e suspeitas mútuas. O afrouxamento dos laços abriu a possibilidade de parcerias alternativas, mesmo com a Renault e a Nissan continuando a trabalhar juntas em projetos de veículos na Índia e na América Latina.
--Com a ajuda de Nicholas Takahashi.
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