Renault e chinesa Geely fazem parceria de US$ 8,8 bi para fabricar motores híbridos

Empresas vão formar uma joint venture com 17 fábricas e 19 mil funcionários, e capacidade para produzir mais de 5 milhões de motores por ano

Fábrica da Renault
Por Albertina Torsoli - Linda Lew
11 de Julho, 2023 | 11:58 AM

Bloomberg — A francesa Renault assinou um acordo de joint venture com a chinesa Zhejiang Geely Holding Group para estabelecer uma empresa de motorização híbrida e desenvolver um novo motor de combustão. A Saudi Aramco também avalia um investimento na nova empresa.

A assinatura do acordo ocorre após as três empresas assinarem uma carta de intenções em março. A joint venture busca reunir recursos para trabalhar no desenvolvimento de tecnologia híbrida e combustíveis sintéticos para abastecer 80% do mercado global de motores de combustão interna e híbridos, disseram as empresas em comunicado nesta terça-feira (11).

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A Renault reformulou sua estrutura corporativa para lidar com a mudança para carros elétricos e aumentar os lucros. Como parte desse plano, a empresa no ano passado fez uma fusão dos seus negócios de combustão com a chinesa Geely para ganhar escala e cortar custos. A nova entidade, batizada de Horse pela Renault, começou a operar neste mês.

A subsidiária da Geely, Aurobay Technology Group, que faz o desenvolvimento de motores para Geely e Volvo, será transferida para o novo empreendimento, de acordo com um documento enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong.

A parceria é avaliada em cerca de 8 bilhões de euros (US$ 8,8 bilhões) por meio da combinação das contribuições da Renault e da Geely. A Geely estima que registrará um ganho não auditado de cerca de 9,78 bilhões de yuans após a alienação da subsidiária, indica o documento.

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A fabricante dos carros Clio e a Geely terão, cada uma, 50% de participação acionária no novo projeto, que terá sede no Reino Unido.

Centros regionais em Madri e Hangzhou, na China, funcionarão nesse meio tempo. O empreendimento — que ainda não tem nome oficial — terá 17 fábricas e 19.000 funcionários, e capacidade para fornecer anualmente mais de 5 milhões de motores de combustão interna, híbridos e híbridos plug-in.

A transação deverá ser concluída no segundo semestre deste ano, sujeita à aprovação das autoridades antitruste e de investimento estrangeiro direto.

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Juntar-se à joint-venture ajudaria a estatal Saudi Aramco a crescer em um setor que está passando por uma mudança sísmica em direção a um futuro movido a bateria.

Enquanto as vendas de veículos totalmente elétricos decolam, os carros híbridos plug-in (que podem ser carregados na rede elétrica) e com motor de combustão ainda serão demandados nos próximos anos, especialmente nos países em desenvolvimento.

A maior empresa de petróleo do mundo também ajudará a apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de combustíveis sintéticos e tecnologias de hidrogênio de última geração.

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No início deste ano, as regras da União Europeia para proibir efetivamente as vendas de novos carros com motor de combustão a partir de 2035 foram adiadas por semanas após uma pressão de última hora da Alemanha para garantir permissões para os chamados e-combustíveis.

Entre as preocupações em relação ao impulso total de veículos elétricos do bloco estão as perdas significativas de empregos no setor e a falta de infraestrutura para apoiar a adoção em massa de veículos elétricos.

A Saudi Aramco já está trabalhando para desenvolver tecnologia que possa reduzir as emissões de motores e melhorar a eficiência de combustível.

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