Raízen contrata JPMorgan para venda de ativos na Argentina, dizem fontes

Rede de cerca de 700 postos de gasolina da empresa brasileira responde por 18% das vendas de gasolina e diesel do país vizinho, atrás apenas da YPF, que detém mais da metade do mercado

A refinaria de petróleo da empresa, Dock Sud, em Buenos Aires, é a mais antiga da Argentina, com uma capacidade de 100.000 barris por dia
Por Jonathan Gilbert - Lucia Kassai
07 de Março, 2025 | 07:58 AM

Bloomberg — A brasileira Raízen começou a explorar a venda de sua refinaria de petróleo e da rede de postos de gasolina na Argentina, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

A Raízen, uma joint venture entre a petrolífera Shell e o conglomerado brasileiro Cosan, teria contratado o JPMorgan Chase para administrar a venda, disseram fontes à Bloomberg News, que pediram para não serem citadas para discutir assuntos privados.

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As assessorias de comunicação da Raízen e do JPMorgan não quiseram comentar.

A possível saída da empresa de energia da Argentina se somaria a uma lista crescente de empresas multinacionais, incluindo a Exxon Mobil, o HSBC e a Mercedes-Benz, que optaram por vender operações no país durante o ano passado, apesar do maior otimismo dos investidores em relação aos efeitos das reformas econômicas do presidente Javier Milei.

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A Raízen, maior produtora de etanol combustível do Brasil, tem executado um plano de desinvestimentos e de desaceleração das expansões, uma vez que os custos mais altos de empréstimos nos últimos anos no Brasil abalaram suas finanças diante de uma alavancagem mais alta.

Sua refinaria de petróleo Dock Sud, em Buenos Aires, é a mais antiga da Argentina, com uma capacidade de 100.000 barris por dia, atrás apenas de duas instalações administradas pela empresa estatal de petróleo YPF.

A rede de cerca de 700 postos de gasolina da Raízen responde por 18% das vendas de gasolina e diesel da Argentina, atrás da YPF, que detém mais da metade do mercado. O combustível tem a marca Shell.

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A Raízen comprou os ativos por quase US$ 1 bilhão em 2018 da Shell, que era a proprietária direta, durante a última experiência da Argentina com reformas orientadas para o mercado.

A venda acontece no momento em que Milei elimina os controles sobre os preços do petróleo bruto e do combustível que eram usados para conter a inflação. Os preços domésticos dos combustíveis agora estão alinhados com o mercado internacional.

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