Bloomberg Línea — Com o avanço do movimento ESG, os setores extrativos se veem diante de desafios cada vez maiores para continuar operando. Neste contexto, empresas de óleo e gás, mineração e siderurgia seguem resilientes, lideradas por executivos que se destacam por soluções assertivas e, em alguns casos, inovadoras, conferindo resultados expressivos nos últimos anos.
Na terceira edição da lista das 500 Pessoas Mais Influentes da América Latina, elaborada pelo comitê editorial da Bloomberg Línea, 36 nomes são dos setores de óleo e gás, mineração e siderurgia. A seleção visa reconhecer o trabalho daqueles que se destacam em suas áreas de atuação e são uma inspiração para os mais de 580 milhões de habitantes da região.
As mulheres têm conquistado mais posições de liderança no setor extrativo e na indústria pesada, ainda majoritariamente ocupadas por homens. É o caso da CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral-Gardner. A companhia de lítio realizou recentemente seu primeiro embarque para a China, um importante passo para levar a empresa ao rol dos cinco maiores produtores do mundo. Gardner tem mais de 30 anos de experiência em grandes bancos de investimentos globais e é considerada figura decisiva na estratégia de expansão da Sigma.
Os 500 Mais Influentes da América Latina em 2023
Outro exemplo de destaque no setor pesado é a CEO da BP no México, Angélica Ruiz. À frente da gigante petrolífera na emblemática região do golfo mexicano, a executiva com amplo histórico de atuação no setor de energia tem a missão de tocar uma operação que enfrenta dificuldades no segmento de exploração de óleo e gás no país latino.
O mesmo problema enfrenta a gigante Chevron, que para Brasil, Colômbia e Suriname está sob a liderança de Evelyn Vilchez, que também figura na lista dos mais influentes da Bloomberg Línea. Outra executiva do setor de óleo e gás nomeada é Marie Djordjian, CEO da TotalEnergies no México.
Ainda na indústria petrolífera, o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, foi um dos nomes indicados na seleção dos mais influentes da América Latina. O executivo assumiu a presidência da estatal brasileira no início deste ano com o plano de liderar a companhia em meio ao processo de transição energética.
O presidente da Shell no México, Alberto de la Fuente Piñeirua, também foi selecionado pelo comitê editorial da Bloomberg Línea por seu trabalho à frente da gigante petrolífera.
Renovação
Empresas antigas e com atividades desafiadoras têm o difícil trabalho de continuar inovando para manter o crescimento. Neste contexto, o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, vem se destacando por liderar a centenária siderúrgica brasileira de aços longos, que ganha cada vez mais espaço no negócio de aços planos e também no mercado internacional, com sua operação nos Estados Unidos.
O presidente do conselho da Usiminas, Sergio Leite, também foi eleito na lista dos mais influentes da América Latina, assim como Paolo Rocca, CEO da siderúrgica argentina Techint, controladora da Usiminas. As duas siderúrgicas ocupam posição de destaque na região e vêm reportando crescimento importante nos últimos anos.
Na mineração, o aperto do investidor acerca da atividade extrativista tem crescido, colocando ainda mais pressão sobre as mineradoras. Líderes como Eduardo Hochschild Beeck, da Hochschild Mining, do Peru, têm carregado a difícil missão de redesenhar o negócio de metais preciosos em um cenário totalmente novo, especialmente em meio a métricas de ESG e preocupações sociais.
Licença social também é o desafio da Vale, cujos rompimentos das barragens de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, ainda assombram a empresa. Neste contexto, a mineradora vem registrando forte crescimento sob a liderança do CEO Eduardo Bartolomeo, enquanto enfrenta os desdobramentos dos maiores desastres ambientais e humanos da história da mineração no Brasil. Ao mesmo tempo, a companhia tem servido de exemplo de inovação ao apostar no negócio de metais básicos, com uma estratégia focada para atender à crescente demanda de veículos elétricos.
Leia também:
Quem são os 179 brasileiros entre os 500 mais influentes da América Latina
Quais serão os países mais atraentes para investir na América Latina em 2024?