Bloomberg — A Aston Martin está buscando candidatos para suceder Amedeo Felisa como diretor executivo e se tornar o quarto CEO da fabricante de automóveis do Reino Unido em apenas quatro anos.
O presidente executivo, Lawrence Stroll, entrou em contato com atuais e ex-diretores de outras montadoras de automóveis de luxo para avaliar o interesse no cargo, segundo pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News e pediram para não serem identificadas porque as conversas eram privadas.
Um porta-voz da Aston Martin se recusou a comentar. As ações da empresa chegaram a cair até 3,3% na manhã desta terça-feira em Londres. Os papéis caem 54% desde o final de julho.
Stroll escolheu Felisa, 77 anos, para ser CEO em maio de 2022, substituindo o ex-chefe da Mercedes-AMG, Tobias Moers, que ficou menos de dois anos no cargo. Seu antecessor, Andy Palmer, saiu meses depois que Stroll resgatou a Aston Martin no início de 2020.
A fabricante de automóveis sinônimo de James Bond repetidamente precisou levantar mais capital desde que Stroll, 64 anos, se tornou o maior acionista há quatro anos.
O Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, a Zhejiang Geely Holding, da China, e a fabricante de veículos elétricos Lucid Group têm adquirido participações na empresa britânica desde meados de 2022.
A Aston Martin alertou em novembro que esperava enviar menos veículos do que o previsto anteriormente para o ano inteiro, depois que problemas na cadeia de suprimentos prejudicaram o lançamento de seu novo carro esportivo DB12.
Felisa estava no conselho da Aston Martin quando Stroll precisava de um CEO para substituir Moers, que saiu no meio da luta da empresa para lançar seu supercarro Valkyrie de 2,4 milhões de libras (US$ 3 milhões). Felisa passou 26 anos na Ferrari e foi CEO em seus últimos oito anos na empresa, que terminaram em 2016.
Embora Stroll tenha estabilizado a Aston Martin em certo grau, o bilionário canadense reconheceu no ano passado que não sabia no que estava se metendo quando tentou resgatar a empresa no início da pandemia de covid-19.
Ele estabeleceu metas para que a fabricante gere 2,5 bilhões de libras de receita e 800 milhões de libras de lucro ajustado até 2028, ambos bem aquém do que a Ferrari arrecada anualmente.
Stroll capitalizou o crescente interesse dos investidores na Fórmula 1 no final do ano passado ao vender uma participação minoritária na equipe da Aston Martin — que é separada da empresa de carros listada — para a empresa de private equity americana Arctos Partners por uma avaliação de cerca de 1 bilhão de libras.
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