Por que a WEG escolheu a Turquia para sua 25ª aquisição fora do Brasil

Empresa anunciou a compra da turca Volt Electric, com capacidade de produção anual de um milhão de motores, por US$ 88 milhões; executivo Rodrigo Fumo explicou as razões à Bloomberg Línea

WEG
12 de Setembro, 2024 | 05:05 PM

Bloomberg Línea — A WEG (WEGE3) anunciou nesta quinta-feira (12) a compra da fabricante turca Volt Eletric por US$ 88 milhões, sua 25ª aquisição realizada fora do Brasil.

Com a transação, a empresa brasileira de origem catarinense espera ampliar sua atuação em mercados da Ásia Central, Norte da África e Leste Europeu, segundo afirmou o diretor superintendente de motores industriais da WEG, Rodrigo Fumo, em entrevista à Bloomberg Línea.

“Vamos ter produção para atender de maneira mais rápida e flexível o cliente da região. Queremos estar mais perto dos mercados onde atuamos”, disse o executivo.

A estratégia inclui a produção em locais onde a companhia projeta taxas de crescimento do mercado interessantes.

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“Fazemos negócios na Turquia há décadas, mas, em 2022, entramos com uma operação fabril no país. Essa aquisição nos coloca em uma forte posição para aumentar nossa participação de mercado”, disse.

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Segundo Fumo, a operação que a WEG montou na Turquia em 2022 tem um grau de manufatura limitado, o que agora será complementado com a operação da Volt.

“Começamos a crescer de maneira acelerada não só na Turquia, mas nos países ao redor, como no norte da África, na Ásia Central e no Leste Europeu. A partir daí, entendemos quem são os concorrentes locais, o potencial do mercado e estudamos alguns fabricantes que poderiam nos dar uma posição interessante na região e assim chegamos à Volt, que tem um alto reconhecimento localmente.”

A Volt foi fundada em 1987 e tem capacidade de produção de um milhão de motores por ano. Em 2023, registrou uma receita operacional líquida de US$ 70 milhões, com uma margem Ebitda de 18,5%.

Além da atuação no mercado turco, a empresa exporta para diversos países, principalmente da Europa, Oriente Médio e Ásia Central. Com a aquisição, a WEG pretende incorporar a equipe de 690 funcionários.

Segundo o executivo, o mercado turco de motores industriais é de aproximadamente US$ 240 milhões, sendo que a Volt fatura cerca de US$ 40 milhões no segmento. Na região que abrange Norte da África, Ásia Central e Leste Europeu, esse mercado é de US$ 500 milhões, acrescenta.

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Atualmente, a Volt destina cerca de 12% da produção para a exportação. A WEG acredita que poderá manter a competitividade no mercado doméstico e aumentar os embarques para 30% a 40% do total produzido.

Oportunidade de crescimento

Em relatório do Itaú BBA, o analista Daniel Gasparete afirmou que, embora relativamente pequena em valores, a aquisição “evidencia oportunidades de crescimento”.

“A aquisição veio com um valuation atraente e não impacta significativamente as finanças da WEG devido ao seu tamanho reduzido. No entanto, demonstra a estratégia contínua de esforços para expansão de capacidade”, escreveu. “Espera-se que esse movimento de M&A melhore a integração vertical da WEG na Turquia”, acrescentou.

Em relatório da XP, o analista Lucas Laghi afirmou que a aquisição “é pouco representativa para a WEG em nível consolidado”, mas “reforça a estratégia de aumento da participação em mercados externos”, com logística facilitada para acesso a regiões estratégicas como Leste Europeu e Oriente Médio.

A WEG possui operações industriais em 15 países e presença comercial em mais de 135 nações. No segundo trimestre de 2024, a companhia reportou uma receita líquida de R$ 9,2 bilhões, sendo R$ 5,1 bilhões provenientes do mercado externo. O lucro líquido da empresa no período foi de R$ 1,4 bilhão.

De acordo com Fumo, a avaliação sobre novas aquisições é sempre feita sob o ponto de vista de longo prazo. “Vamos continuar olhando o mercado. Temos uma estratégia muito bem definida de continuar crescendo de forma contínua e sustentável, isso pode ocorrer por meio de crescimento orgânico, mas se nesse meio tempo enxergarmos alguma oportunidade de aquisição, nós vamos fazer também”, afirmou.

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Juliana Estigarríbia

Jornalista brasileira, cobre negócios há mais de 12 anos, com experiência em tempo real, site, revista e jornal impresso. Tem passagens pelo Broadcast, da Agência Estado/Estadão, revista Exame e jornal DCI. Anteriormente, atuou em produção e reportagem de política por 7 anos para veículos de rádio e TV.