Bloomberg — Uma disputa de sete semanas sobre os dividendos da Petrobras (PETR3; PETR4) terminou com a decisão da empresa de distribuir um pagamento de R$ 22 bilhões aos investidores.
O governo federal do Brasil, que controla a empresa, propôs pagar metade dos dividendos extraordinários disponíveis em uma reunião de acionistas na quinta-feira (25), em um recuo de uma decisão anterior de reter o pagamento.
As ações ordinárias da Petrobras subiram até 1,5% para uma máxima da sessão após o anúncio, antes de reduzir alguns ganhos. As ações eram negociadas a R$ 43,78 antes de entrar em leilão e interromper a negociação devido a notícias pendentes.
O movimento, aprovado pelos acionistas, resolve uma disputa que agitou os mercados e intensificou uma briga de poder entre o CEO Jean Paul Prates e membros do governo Lula.
O resultado é uma vitória tanto para Prates quanto para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que incentivou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aceitar os dividendos como forma de reduzir o déficit orçamentário.
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Em 19 de abril, a maioria do conselho da empresa endossou o pagamento de 50% antes da reunião de acionistas nesta quinta.
O governo justificou a reversão de uma decisão anterior de não pagar os dividendos, dizendo que o pagamento não prejudicaria as finanças da empresa. A Petrobras pode revisar a possibilidade de pagar o restante do dividendo extraordinário ao longo do ano.
Como o maior acionista da empresa, com 50,3% das ações com direito a voto, o governo brasileiro será o maior beneficiário individual do pagamento.
Em março, membros do conselho indicados pelo governo rejeitaram uma proposta da administração de pagar 50% dos dividendos, enquanto o restante seria destinado a um fundo de reserva.
Prates se absteve daquela votação, o que o colocou na mira dos políticos em Brasília. O episódio alimentou especulações de que Prates poderia perder seu emprego e causou oscilações selvagens no preço das ações da Petrobras.
O governo quer garantir que a Petrobras tenha capital suficiente para transformar o maior produtor de petróleo da América Latina em um motor de crescimento econômico e geração de empregos. Prates, ex-senador, tem lutado para navegar entre as expectativas concorrentes de investidores orientados para o lucro e Lula.
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