Petrobras obtém licença do Ibama para buscar petróleo em área da Margem Equatorial

O órgão ambiental concedeu à Petrobras a licença para fazer pesquisas na Bacia Potiguar, localizada na costa do Rio Grande do Norte e do Ceará; empresa começará a perfuração na área no mês que vem

Buque flotante
Por Mariana Durão
30 de Setembro, 2023 | 03:30 PM

Bloomberg — A Petrobras (PETR3, PETR4) recebeu uma licença para procurar petróleo em uma promissora região offshore na região Nordeste, enquanto a gigante de energia busca explorar novas bacias para expandir a produção.

O órgão ambiental do Brasil, Ibama, concedeu à Petrobras a licença ambiental para fazer pesquisas na Bacia Potiguar, localizada ao longo da costa do Rio Grande do Norte e leste do Ceará. A bacia é uma das cinco regiões na chamada Margem Equatorial, segundo o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após meses de impasse entre a empresa estatal de petróleo e a agência.

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A Petrobras começará a perfuração na área no mês que vem, após uma plataforma chegar ao local, disse a empresa por e-mail. O plano é sondar a área para avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo feita em 2013 no poço Pitu. Não há produção de petróleo nesta fase.

A gigante estatal do petróleo espera receber na segunda-feira (2) um aviso oficial do Ibama para perfurar dois poços exploratórios no bloco marítimo BM-POT-17, em águas profundas da Bacia Potiguar.

O primeiro será perfurado a 52 quilômetros da costa. A empresa realizou uma resposta simulada a um possível derramamento de petróleo no início deste mês.

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A Petrobras vê a Margem Equatorial como uma das últimas oportunidades promissoras de exploração de petróleo no Brasil. A empresa aposta que a região pode conter reservas semelhantes às descobertas de bilhões de barris que a Exxon Mobil está desenvolvendo ao norte, na Guiana.

No início deste ano, o Ibama barrou os planos da empresa para começar a perfuração do bloco FZA-M-59 na potencialmente rica região petrolífera na Bacia da Foz do Amazonas devido a preocupações sociais e ambientais.

A Petrobras então decidiu solicitar uma licença para perfurar na Bacia Potiguar como alternativa, enquanto aguarda a análise da autoridade de um recurso.

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Após a aprovação para pesquisar a Bacia Potiguar, os técnicos poderão avançar nos estudos das condições necessárias para pesquisar na bacia da Foz do Amazonas, disse Silveira. Os estudos da Petrobras indicam que somente o bloco FZA-M-59 pode ter um potencial de 5,6 bilhões de barris de petróleo, segundo ele.

Enquanto o Brasil busca aumentar a produção de petróleo no país, o governo também promove uma agenda climática. A produção do país deve atingir um recorde este ano, e a iniciativa de sondar a área gerou protestos de ativistas ambientais e tensão entre os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Uma vez que o potencial de exploração seja confirmado, “haverá mais desenvolvimento social e econômico na região e mais recursos para financiar a saúde e a educação”, disse Silveira.

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“Novas fronteiras do Brasil são essenciais para garantir a segurança energética nacional e a soberania, em um contexto de transição energética e economia de baixo carbono”, acrescentou a Petrobras.

O Ibama não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

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