Petrobras: lucro recua 37,9% no 1º trimestre e dividendos somam R$ 13,4 bilhões

No período, houve queda nas receitas de vendas internas e na exportação, em meio a cotações mais baixas do petróleo no mercado internacional

Por

Bloomberg Línea — A Petrobras (PETR3, PETR4) reportou no primeiro trimestre uma queda de 37,9% do lucro líquido em relação a igual período do ano passado, para R$ 23,7 bilhões, informou a companhia em balanço enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta segunda-feira (13).

Segundo a petroleira, a remuneração aos acionistas relativa ao período totaliza R$ 14,6 bilhões, sendo R$ 1,15 bilhão em recompra de ações e R$ 13,45 bilhões como dividendos e Juros Sobre Capital Próprio (JCP).

A queda do lucro se deve principalmente aos menores volumes de vendas e à redução do preço do petróleo e da margem de diesel, destaca a estatal. O resultado também foi impactado pela piora do resultado financeiro, em meio à desvalorização do real frente ao dólar, acrescenta.

Leia mais: Angra 3: os desafios para concluir a usina nuclear estimada em R$ 20 bilhões

De janeiro a março, a estatal registrou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 60 bilhões, queda de 17,2% na comparação anual.

O mercado já esperava uma queda do lucro líquido no trimestre, em meio a volumes de vendas menores e preços mais baixos praticados no período. As estimativas consideravam resultado líquido entre US$ 4,9 bilhões e US$ 5,7 bilhões (R$ 25,19 bilhões a R$ 29,3 bilhões aproximadamente).

No primeiro trimestre, a receita de vendas atingiu R$ 117,7 bilhões, recuo de 15,4% sobre o mesmo intervalo de 2023.

A estatal relata que, no período, houve redução da receita com derivados no mercado interno, devido a menores preços, sazonalidade do consumo, aumento do teor de biodiesel na mistura do diesel e perda de competitividade da gasolina para o etanol hidratado.

Ainda no trimestre, a companhia destaca menor receita com a venda de petróleo no mercado interno, devido aos menores volumes de vendas para a Acelen, associados aos menores preços realizados.

A companhia registrou também queda nas receitas de exportações, com destaque para o menor volume exportado de gasolina e preços reduzidos nos embarques de petróleo.

“Essa redução é atribuída principalmente à desvalorização das cotações internacionais no momento da realização das exportações, à realização de operações de troca de qualidade da gasolina no quarto trimestre e a paradas de manutenção ocorridas no trimestre”, disse a estatal.

“No trimestre, mantivemos uma geração de caixa consistente, que nos dá segurança em relação aos investimentos futuros, incluindo os que têm como foco o crescimento da produção da companhia”, afirmou em comunicado o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates.

No primeiro trimestre, os investimentos cresceram 22,6% sobre um ano antes, para US$ 3 bilhões. No segmento de Exploração e Produção, os desembolsos totalizaram US$ 2,5 bilhões, valor 21% acima do registrado no mesmo período de 2023, devido ao avanço do desenvolvimento de grandes projetos que “sustentarão a curva de produção dos próximos anos”, disse a estatal.

Ao final de março, a dívida bruta da companhia alcançou US$ 61,8 bilhões, ante US$ 62,6 bilhões no trimestre imediatamente anterior e US$ 53,3 bilhões um ano antes.

As ações preferenciais da Petrobras fecharam em alta de 0,10% nesta segunda-feira (13), antes da divulgação do balanço, cotadas a R$ 41,62. O papel acumula alta de 11,76% no ano até esta segunda, ante desvalorização de 4,49% do Ibovespa no mesmo período.